Democracia, postulado natural imposto pela razão, cf. Pio XII

Pio XII, na Mensagem de Natal de 1944, destacou que a forma democrática de Estado é “um postulado natural imposto pela própria razão”, discorrendo, a seguir, sobre os contornos de uma “autêntica” democracia, pautada pelo bem comum.

Como destacaram Bergson e Maritain, “a democracia é de essência evangélica, porque a idéia de fraternidade vem do Evangelho”, sendo a idéia de fraternidade “a que constitui o elemento essencial da divisa: liberdade, igualdade e fraternidade”.

Os textos papais e da Tradição apenas explicitaram o ensino específico de Cristo sobre o poder (em “Luc 22,25-27), onde Jesus disse: “entre os gentios, os reis exercem dominação sobre os súditos. Entre vós não há de ser assim; antes, o que é maior entre vós, faça-se como o mais pequeno e o que manda como o que serve”. É a mesma lição do Cântico de Maria, do “Magnificat”, bem sintetizada por Pio XII, na Mensagem de Natal de 1944. .

Para o cristianismo e o para o melhor dos textos da Paidéia (há a mesma idéia no hinduísmo, no confucionismo, na religiosidade africana etc), o poder deve estar submetido à “lei” (às idéias práticas do povo, à consciência do povo), pois o poder autêntico (legítimo, justo) é o poder ético, o poder popular que se pauta pelo bem comum. A construção do poder popular é o ideal político cristão e natural.