A unidade entre Platão e Aristóteles, antiga tese da filosofia cristã, judaica e muçulmana

Aristóteles, no livro “Política” e nas quatro obras sobre ética (“Protréptico”, “Ética a Nicômaco”, “Ética a Eudemo” e “Grande Ética”), apenas detalha as idéias de Platão, expostas em vários diálogos, principalmente as idéias da “República”, do livro “Protágoras” e das “Leis”.

Aristóteles e Platão defendiam idéias que, hoje, são chamadas de socialistas e democráticas. O socialismo e a democracia têm raízes na Paidéia e na Bíblia. O socialismo, na parte boa, é, no fundo, a aplicação das idéias democráticas à estrutura da sociedade, à economia etc. Por isso, os grandes socialistas utópicos citavam Platão, os estóicos, os cínicos e citavam textos bíblicos. É o que também faz a teologia da libertação.

A Escola de Oxford elaborou uma interpretação democrática de Platão, como fica claro nos textos de estudiosos como J. Burnet e E. Taylor. A Escola Platônica de Cambridge também fez o elogio de Platão. Na Itália, Rosmini defendeu inúmeras idéias democráticas inspirando-se em textos de Platão. Na Itália, houve também outras grandes estrelas, como o padre Barthélemy Des Bosses (1688-1738), que esboçou uma síntese do melhor de Leibnitz, do aristotelismo, do platonismo com o catolicismo. O padre Des Bosses traduziu o livro “Teodicéia”, de Leibnitz, tradução revisada pelo próprio Leibnitz. A “Teodicéia” tem a mesma linha dos textos de Alexander Pope e de Rousseau, sobre a bondade natural da criação e da pessoa humana.