Diderot definiu bem o ecletismo, morrendo com bom estóico ligado a Seneca

Diderot, no verbete “Ecletismo”, na “Enciclopédia” (texto colhido no livro “Obras” de Diderot, coletadas por J. Guinsburg e Roberto Romano, São Paulo, Ed. Perspectiva, 2007, tomo VI, pp. 109 a 190), descreve o ecletismo. Diderot morreu como estóico, meio panteísta, depois de ter passado quase toda a vida como teísta. No fundo, ao morrer como discípulo de Sêneca, sobre o qual deixou duas obras no final da vida, morreu como pessoa religiosa. O ecletismo estava presente no estoicismo e na filosofia cristã, tendo como estrelas pessoas como Cícero, Sêneca, Galeno, Plutarco e outros. Basicamente, o bom ecletismo, que é a filosofia cristã e natural, era formada primeiro pelo estoicismo médio e, depois, pelo platonismo reformado, tendo como base principal a cidade de Alexandria, mas tendo como outro pólo, praticamente igual, o núcleo sírio, entre Tarso e Antioquia. No início, nesta cultura semita, floresceram os primeiros estóicos, como Zenão e Crisipo, estrelas do pensamento fenício, estando os fenícios aliados aos hebreus, ao longo de mais de mil anos. Depois, houve Panécio de Rhodes, Antípater de Tarso, Posidônio, Jasão e outros. Panécio chamava Platão de “Meu Homero”. Depois, houve Cícero, Cipião, Lélio, Apolônio, Políbio e outros. O ecletismo permeava o estoicismo e o platonismo aberto e semi-estóico de Cícero. Também está presente em Quintiliano, Plutarco, Plotino e outros.