Cultura clássica e teoria cristã e natural sobre o poder

Os Padres Apostólicos e os Santos Padres adotaram as idéias jurídicas e políticas de Cícero (baseadas no melhor do estoicismo, de Aristóteles, Platão e da tradição romana) por expressarem o melhor da Paidéia e coincidirem com as idéias bíblicas. Também acolheram com amor os textos de Sêneca. Isto fica evidente nos livros de São Gregório de Nissa (335-394), o irmão de São Basílio Magno, especialente o livro “Sobre a criação do homem”, “Vida de Moisés” e “Contra o destino”.

O livro de São Basílio, “Homília aos adolescentes”, também exalta a importância da cultura clássica, da Paidéia, na educação. Esta mesma linha está nos textos de Leôncio de Bizâncio, no século VI, próximos dos textos de São João Damasceno (vide “Fonte do Conhecimento”) e de Boécio (480-525), no elogio aos textos de Aristóteles. Também há os textos de Santo Isidoro de Sevilha, especialmente a grande obra “Etimologias”. Também é a linha de São Beda (674-735), na Inglaterra. O mesmo amor à Paidéia está nos textos de Alcuíno (730-804) e de Scotus Erígena (810-877), reaparecendo em Remígio de Auxerre.

A importância de Cícero (autor de cabeceira de Voltaire, Thomaz Jefferson, Joaquim Nabuco e de Leão XIII) está no fato deste resumir, em bons textos, a teoria política da Paidéia. Em outros termos, resumia teoria democrática, defendida por Hesíodo, Sófocles, Protágoras, Aristóteles, Górgias, Isócrates, Sófocles, Péricles, Clístenes e outros grandes expoentes da cultura grega-romana. Foi esta a teoria acolhida pela Igreja, forjada pela razão e pela graça presente em todos os povos.