A Igreja é a Grande Paidéia, a Grande Síntese aberta, evolutiva

Werner Jaeger (1881-1961) explicou corretamente como o cristianismo preservou e purificou a Paidéia. A Paidéia é o humanismo clássico, existente na Suméria, no Egito, nos Persas, na China, na Fenícia, na Síria, na Grécia etc. O termo “Paidéia” foi traduzido ao latim, por Cícero e Quintiliano, como “humanitas” (cf. Henri-irénée Marrou, “História da educação na Antiguidade”). Jaeger explicou a recepção da Paidéia pelo cristianismo, nas obras “História da evolução da metafísica de Aristóteles” (1921), “Aristóteles” (1923), “Paidéia” (1933-1945) e, principalmente, em sua última obra, “Cristianismo e paidéia grega” (1961, seu canto de cisne).

Há a mesma conclusão de Werner Jaeger nos livros de Toynbee e também de Ferdinand Braudel. Braudel conclui o livro “Memórias do Mediterrâneo” (Rio, Ed. Multinova, 2001, p. 343), dizendo: “a religião cristã”, ao tornar-se “religião do Estado”, adota idéias sobre “a política, a sociedade e até a civilização de Roma”, “e é com este rosto, esta mensagem, que a antiga civilização chega até nós”. As melhores idéias da “antiga civilização” são incorporadas no cristianismo, que é como que uma recapitulação da história da humanidade.