Uma boa reforma agrária exige ampla intervenção do Estado, erradicação do latifúndio etc

A doutrina da Igreja defende uma gigantesca reforma agrária, cuja estrutura poderia ser principalmente na forma de cidades-lineares (formuladas por Arturo Sorya y Mata, que era católico, como Gaudi) ou de cidades-jardins (formuladas por Ebenezer Howard e outros arquitetos). Esta estrutura de pequenas e médias cidades descentralizadas é a fórmula da maior parte dos arquitetos e escritores católicos (cf. o princípio de eqüipotência, de Everardo Backeuser) e também de Santo Tomás Morus.

É essencial a interpenetração entre o campo e a cidade. Tal como é essencial a interpenetração entre direito público e privado. A difusão da cidade no campo ou a difusão da população no campo é a fórmula para unificar, aos poucos, a sociedade, no sentido da igualdade social, da mediania. È essencial para resgatar o “Jeca Tatu”, o caipira, como defenderam homens como Monteiro Lobato, Rui Barbosa e Amácio Mazzaropi (1912-1981). Uma vasta reforma agrária que proíba e ponha fora-da-lei o latifúndio e crie uma estrutura agrária cooperativista, com amplo apoio estatal, com subsídio agrícola, é um dos pontos-chaves da reforma em profundidade, como destacou João XXIII.