Bento XVI transcreveu, aprovando, um bom texto de um escritor judeu, chamado Franz Oppenheimer (1864-1943): “as democracia nasceram no mundo judaico-cristão do Ocidente”. Franz Oppenheimer foi um bom economista e sociólogo. Lutou por um socialismo com liberdade, com ênfase na reforma agrária e no cooperativismo. Sua biografia foi escrita por Francisco Ayla, no livro “Oppenheimer” (Cidade do México, Ed. Fondo de Cultura Econômica, 1942). No livro “O Estado” (1923), cometeu erros graves, destacando a força como a principal origem do Estado, sem atentar para a importância do consenso e da cooperação na formação do Estado. Mas, apesar deste erro, Oppenheimer queria que o povo organizado fosse a força principal na sociedade e, neste ponto, estava correto.
O socialismo de Oppenheimer era um socialismo cooperativista. Neste ponto, ele também estava certo, pois o cooperativismo é a democracia na esfera econômica. Trata-se da democracia econômica, preconizada por pensadores como Chomsky, Alceu, Ketteler, Buchez, Lacordaire, Lamennais, Marc Sangnier (1873-1950), Charles Péguy (1873-1914), Chesterton, Mounier, Maritain, Alceu e outros grandes autores da Igreja, estando presente nos textos papais.
O cooperativismo defende o primado do trabalho sobre os bens produtivos, a subjetividade da sociedade, o autogoverno do povo, dos trabalhadores, a participação dos trabalhadores na gestão de todo processo produtivo, nas empresas privadas, nas estatais, em toda a estrutura estatal e social.