O ideal de Alceu foi o ideal de Frei Betto, Paulo Freire e outras grandes estrelas da Igreja

Como explicou Plínio de Arruda Sampaio, no livro “Construindo o poder popular” (São Paulo, Paulus, 2004, 3ª. edição), o principal ponto da ética social é construir o poder do povo, ampliar a subjetividade da sociedade, o protagonismo de cada pessoa e da sociedade, aumentar a cultura e o saber de todos (prioridade da educação libertadora, cf. Paulo Freire), fazer frutificar a criatividade de cada membro, para realizar os potenciais, aspirações, sonhos, projetos, de todos, para atender todas as necessidades e realizar o bem comum, que é o bem geral. A realização de cada e de toda pessoa deve ser a finalidade, o plano, da sociedade. Esta idéia nuclear também está nos textos de expoentes como Frei Betto, Alceu Amoroso Lima, Paulo Freire, Francisco Whitaker, Fábio Konder Comparato, Barbosa Lima Sobrinho, Dalmo Dallari, Sérgio Buarque de Holanda, Ivo Polleto, Selvino Heck e outros.

Para ampliar a subjetividade (a consciência, o poder do povo e de cada pessoa) da sociedade (de cada pessoa) é preciso, simultaneamente, “fortalecer o Estado” (como gerente do bem comum) e ampliar a “organização da sociedade”, levantar a cabeça dos oprimidos, dando-lhes vez, voz, mais espaços de “autonomia e independência” (cf. Frei Betto, no livro “Calendário do poder”, Rio, Ed. Rocco, 2007, p. 432). O ideal cristão histórico é um grande Estado social, popular, com democracia participativa, popular, todo estruturado para a realização do bem comum.