Grandes escritores brasileiros foram democratas populares, socialistas democráticos

Érico Veríssimo teve o mérito de redigir uma linda biografia de Santa Joana d’Arc e outras obras como “Olhai os lírios do campo”, de inspiração bíblica. Érico escreveu: “a causa daqueles que lutam pela liberdade será sempre a minha causa”, “a causa da dignidade do homem, de seu direito [natural] a uma vida decente, produtiva e bela”, tal como o direito de “escolher os próprios governantes e de dizer o que pensa”.

Érico Veríssimo, Graciliano Ramos (apesar de forte influência estalinista), Osvald de Andrade e Jorge Amado (em seus textos finais e mais importantes), aderiram a uma forma de socialismo democrático bem próximo da doutrina social da Igreja. O mesmo ocorreu com Darcy Ribeiro (como ele reconheceu em artigos de elogio a Alceu Amoroso Lima). Èrico Veríssimo, aos 61 anos de idade, numa entrevista à revista “Realidade”, adota um “socialismo democrático” e, no prisma religioso, diz ser “agnóstico”, com religiosidade, afeição e admiração por Cristo. Sobre a “ética cristã”, diz que se “fosse realmente posta em prática, as criaturas humanas poderiam resolver os seus problemas de convivência”. Também disse que seu “sentimento religioso” nasce do “horror à violência” e de uma “genuína, cordial reverência por todas as formas de vida”.

Alceu, Pontes de Miranda e Barbosa Lima Sobrinho também morreram como católicos socialistas, ligados à Tradição socialista popular do Brasil, onde há estrelas como Getúlio Vargas, também.