As razões das críticas da Igreja ao liberalismo, ao racionalismo etc

A crítica ao liberalismo foi porque este não trazia a liberdade. Como ensinava o Dr. José Maria Antequera, no livro “A doutrina catholica e a escola liberal” (Guimarães-Portugal, Ed. Teixeira de Freitas, 1877), “a Igreja não só não é inimiga da liberdade, senão que foi ela a que implantou no mundo todas as grandes e verdadeiras liberdades” (a mesma tese dos livros do padre Senna Freitas, de Portugal).

Da mesma forma, a Igreja condenou o racionalismo porque esta corrente diminuía o poder da razão, subestimando-a, limitando o poder da razão (o kantismo é um exemplo claro deste reducionismo).

O capitalismo foi condenado porque não realiza a destinação universal dos bens, não possibilita a universalização da propriedade pessoal e familiar verdadeira. O capitalismo é a ideologia dos milionários, pois protege estas pragas (os burgueses, os multimilionários) com a estrutura jurídica da propriedade quiritária, absoluta, regida apenas pelo mercado (e, depois, por trustes e cartéis). A Igreja defende, sim, a difusão dos bens, que todos tenham pequenas e médias propriedades pessoais, para atender as necessidades de uma vida digna para todos, estando o uso destes bens condicionado ao bem comum. A Igreja defende uma economia mista, onde boas estatais substituam os trustes e cartéis, a grande propriedade privada, por propriedades públicas, dirigidas com a participação dos trabalhadores, com planificação estatal e participativa da economia, para que toda a economia se move em prol do bem comum.