A preferência cristã pela democracia popular é apontada pela melhor teologia evangélica e ortodoxa russa

O melhor da teologia protestante, a teologia social de um Troeltsch, também seguiu o método da recepção das luzes da razão, da Paidéia. A “teologia liberal” protestante foi turvada por idéias liberais, mas era uma teologia democrática e, por isso, foi rejeitada pela corrente fundamentalista, adepta do Partido Republicano, nos EUA (sendo esta a matriz de parte dos cristãos pentecostais no Brasil).

Niebuhr, com sua concepção pessimista, viu claramente que isto ocorria porque a “teologia liberal” foi um esforço de unir as idéias bíblicas com as idéias gregas e romanas, com as luzes da razão, coisa que Niebuhr não via com bons olhos, infelizmente. Há a mesma crítica em Barth. Barth e Niebuhr tinham concepções pessimistas sobre a natureza humana, especialmente sobre a razão e a filosofia.

O catolicismo, ao contrário, sempre amou a razão, a ciência e a filosofia, exigindo de seus sacerdotes vários anos de estudo de filosofia, como preâmbulo para a teologia. Esta foi a mesma linha de São Clemente de Alexandria e de Santo Agostinho, que ensinavam que a filosofia, as luzes da razão, são preparações para a teologia e trazem luzes, que são reforçadas pela luz da fé e da graça, e não desprezadas.

Vladimir Soloviev e Nicolau Berdiaef (1874-1948) também destacaram que, no socialismo, há uma parte boa, uma parte boa, oriunda do cristianismo, da Bíblia e da Paidéia. Berdiaef tentou conciliar o anseio de justiça social com a liberdade humana, comunitarismo e personalismo, socialização com personalização. Berdiaef recebeu o doutoramento “honoris causa” pela Universidade de Cambridge.