A luta por boas condições de vida para todos é um dever sagrado, divino e essencial

O cristão, como toda pessoa, deve ser fator de “transformações sociais que melhor respondam ao bem comum” (cf. Pio XII, no discurso em 19.10.1945, na XIX Semana social da Ação Católica Italiana). Pio XII, no documento “Il programa” (13.10.1953, n. 16), destacou que “o estudo da história e da evolução do direito desde os tempos remotos ensina que “a transformação das condições econômicas e sociais (e inclusive, às vezes, políticas) exige também novas formas dos postulados do direito natural” (normas do direito natural secundário, para realizar o direito natural primário, que é a realização do bem comum), postulados que são “as exigências fundamentais da natureza”. Dentre estas “exigências” há da necessidade de bens suficientes e adequados para uma vida digna e plena, para uma vida abundante, tal como o respeito à “personalidade” do ser humano e “de seus direitos fundamentais”, tal como a necessidade do “serviço da comunidade”, do bem comum.

Na mesma linha de Pio XII, Paulo VI, na “Populorum progressio” (26.03.1967), destacou as “aspirações” históricas atuais: “ser libertos [libertação] da miséria”, “subsistência” com “segurança”, “saúde”, “emprego estável”, “maior participação”, exclusão de “qualquer opressão”, erradicar “situações que ofendam” a “dignidade” humana. Completar “a independência nacional” dos “povos”, a “liberdade política”, com “um crescimento autônomo e digno, tanto social como econômico”, para garantir às pessoas um “pleno desenvolvimento humano”.

Conclusão: todos devem ter liberdades e autonomias, tal como limites dados pelo bem comum e todos devem ter parte nos bens da criação (da natureza), no poder, nas responsabilidades, nos processos decisórios.