Alceu Amoroso Lima, no livro “Os direitos do homem e o homem sem direitos” (Rio de Janeiro, Ed. Francisco Alves, 1974, p. 111):
“a legitimidade de um governo” “baseia-se na participação do povo, isto é, dos governados”, “cresce na razão direta dessa participação. Decresce na razão inversa. E necessita de uma constante revisão. Daí a periodicidade dos mandatos; a renovação das eleições e o contato permanente entre o governo e o povo, através da liberdade de informação e de comunicação” (…)
Não basta que o direito de participação esteja expresso nominalmente na Constituição ou nas leis de um povo. É mister que se traduza em instituições concretas, como o Poder Legislativo ou o Poder Judiciário, que concretizam a representação do povo e a distribuição da justiça e ainda se traduz em acontecimentos como as eleições, …, para passagem da teoria à prática”.
O regime político justo é, assim, o regime político racional, dialógico, pautado pelo bem comum. O poder-serviço, diaconia, proteção e promoção do bem, é o poder como foi planejado por Deus.
O velho Alceu também defendia a criação de uma BBC no Brasil, ou seja, que houvesse uma estrutura estatal de rádio e TV, estatal, aberta a todos, sem grandes mídias em mãos privadas,
complementada por milhões de pequenas mídias particulares e sociais, de cooperativas, igrejas, sindicados etc.