Ciro Flamarion – a democracia existe desde as primeiras civilizações

Historiadores sérios, como Ciro Flamarion Cardoso e outros, atestam a existência da democracia na antiga Suméria e no antigo Egito. Por exemplo, o livro de Ciro Flamarion, “Trabalho compulsório na antiguidade” (Rio, Ed. Graal, 1984, p. 24), descreve “tribunais e conselhos locais nas aldeias, cidades e distritos do Egito” antigo, no terceiro milênio antes de Cristo, lá por 2.330 a.C. Estes conselhos locais eram chamados de “djadjat” e “kenebet” e eram “presididos por magistrados ou escribas”, “constituídos por homens e mulheres da própria comunidade, por anciões”. Estes “conselhos” “resultaram da evolução ou transformação de assembleias pré ou proto-históricas de anciões, ligadas à organização tribal comunitária”.

Na página 34, Flamarion descreve, na antiga Suméria, no terceiro milênio também, “uma grande variedade de documentos”, que “comprovam a existência de “assembleias de homens livres”, “dotados de pleno direitos” (“purhum”), de “conselhos de anciões”, “ambos de clara derivação tribal e comunitária, e que se mantiveram até épocas bem tardias da história mesopotâmica”.

Flamarion também descreve a existência da propriedade pessoal, campesina e artesã, tal como do pequeno comércio, nestas épocas antigas, junto com a “bens” familiares, comunitários e das aldeias, templos e do Estado. Existiam “transações imobiliárias”, vendas, contratos etc. A economia mista existe desde o início, combinando propriedades pessoais, familiares e estatais.

As “leis de Ur-Nammu”, lá por 2112 a.C., mostram todos estes institutos. Os textos de “Lagarsh”, lá por 2.351 a.C., também complementam as provas documentais. O famoso “Código” de Hamurabi, lá por 1792 a.C., é claríssimo. No antigo Egito, também existiam contratos, camponeses, artesãos, pequenos comerciantes, pequena propriedade pessoal, propriedade social e estatal etc.