Deus deu a cada pessoa, ao povo, uma luz natural, como que fagulhas que tendem a ser converter em luz estrelar, para a autodeterminação pessoal, familiar e social. A graça, a fé, as orações, os sacramentos, as benções, os sacramentais, a Bíblia e os anjos e santos são ajudas para a operação normal da consciência, sendo esta a tarefa de Deus, nos ajudar a nos divinizar, ajuda a autonomia humana, á libertação.
São João da Cruz, no livro “Subida do Monte Carmelo” (III, 26,14), explicava que a pureza do espírito era a integridade do espírito, uma consciência sem danos do pecado, uma consciência cheia de ideias verdadeiras, a favor do povo. Uma consciência purificada podia chegar à clarividência dos corações, das outras consciências, ultrapassando as faculdades diabólicas, tal como as forças de Deus superam as forças do mal. O cura d´Ars (morto em 1859) tinha a clarividência para poder aconselhar o povo, para aperfeiçoar (curar, cuidar, melhorar) as consciências, para ajudar o povo em sua caminhada. O mesmo fazia o padre Cícero, Alceu, Dom Hélder e outros.
O sobrenatural é o natural acrescido da presença divina (“Shekina”), a graça opera por dentro da natureza, elevando, melhorando a natureza, e nunca a destruindo, como expôs, com brilho, autores como o padre Otto Schilling (1874-1956) ou o padre Henri Rommen, autores especializados e autorizados pelo Vaticano, especialistas na visão cristã democrática popular sobre o Estado. Assim, Deus ajuda o povo, para obter a ordem natural na vida humana, para a ordenação dialógica, do povo, em prol do bem comum.