AGRICULTURA CAMPESINA é ÓTIMA, e o Brasil poderia ALIMENTAR o mundo todo, se o Estado AMPARASSE e PROTEGESSE os CAMPONESES

Tirei o artigo sobre Agricultura campesina, de Chico Júnior, do 247 – “A agricultura familiar é a base da economia de 90% dos municípios brasileiros com até 20 mil habitantes. Ressalte-se que, segundo o IBGE, 68% dos municípios brasileiros têm até 20 mil habitantes. Além disso, é responsável pela renda de 40% da população economicamente ativa do país.

E o tamanho da agricultura familiar no Brasil não é pouca coisa não. De acordo com o mais recente Censo Agropecuário brasileiro, realizado em 2017 e divulgado no ano passado, 73% das pessoas que trabalham na produção agropecuária têm parentesco com o produtor. Ou seja, repetindo o que eu já dissera no primeiro artigo para o Brasil 247, é a agricultura familiar que bota comida na mesa do brasileiro.

Mas, o mais interessante é que um levantamento feito pelo portal Governo do Brasil em julho do ano passado mostra que, caso o país tivesse só a produção familiar, seria o 8º maior produtor de alimentos do mundo, com um faturamento anual de US$ 55,2 bilhões.

Quando se soma a agricultura familiar com toda a produção agropecuária, o Brasil passa de oitavo maior para a quinta posição, com faturamento de US$ 84,6 bi por ano (as informações fazem parte de uma comparação entre dados do Banco Mundial, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e o censo agropecuário, realizado pelo IBGE).

Está claro, pois, que o crescimento do país passa pela agricultura familiar. E está mais do que claro que, em vez de cortar verbas destinadas ao setor, como fez o governo Bolsonaro, tem mais é que fortalecer o Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

Para se ter uma ideia do peso da agricultura familiar na produção, é bom saber que ela produz 70% do feijão nacional, 60% da produção de leite, 59% do rebanho suíno e 50% das aves. E vai por aí.

A maior produção de arroz orgânico da América Latina

A força da agricultura familiar pode ser demonstrada pela produção de arroz orgânico no Rio Grande do Sul. Coordenada pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), a produção de arroz orgânico envolve 363 famílias em 15 assentamentos da Reforma Agrária, em 13 municípios gaúchos.

Graças a este trabalho, que teve início há 20 anos, o MST se tornou, segundo o Instituto Riograndense de Arroz (Irga), o maior produtor de arroz orgânico da América Latina.

Em março deste ano, o MST comemorou em Nova Santa Rita (RS) a colheita de 16 mil toneladas de arroz agroecológico. Não é pouca coisa.

O que é um agricultor familiar

A Lei 11.326/2006 diz que agricultores familiares são aqueles que praticam atividades no meio rural, possuem área de até quatro módulos fiscais, mão de obra da própria família e renda vinculada ao próprio estabelecimento e gerenciamento do estabelecimento ou empreendimento por parentes.

Também entram nessa classificação silvicultores, aquicultores, extrativistas, pescadores, indígenas, quilombolas e assentados da reforma agrária.