O movimento socialista nunca foi homogêneo. Sempre houve várias correntes socialistas e a parte boa do socialismo sempre foi ensinada pela Igreja

O socialismo nunca foi um conjunto de ideias homogêneas. Sempre houve várias correntes (escolas) socialistas, com diferenças acentuadas. O mesmo ocorre com o liberalismo, como o próprio Papa Leão XIII mostrou, na “Libertas”, em 20.06.1888.

A parte boa (trigo) do socialismo é o intervencionismo estatal na economia, a favor dos trabalhadores, dos micros e pequenos produtores, dos pobres, dos doentes, dos idosos, dos famélicos, das pessoas que sofrem.

E este ponto faz parte intrínseca do catolicismo, da ética católica. 

Como escreveu Albert de Mun, “não existem, na verdade, não intervencionistas entre os católicos”.

A Escola de Liège foi sempre a principal escola católica, constituída em dois Congressos católicos internacionais, na cidade de Liège, Bélgica, em 1887 e setembro de 1890.

Neste segundo congresso, a Escola de Liège foi praticamente aclamada, pois foi lida uma mensagem de Leão XIII a Monsenhor Langénieux, em 20.10.1889, quando Leão XIII recebeu uma comitiva operária de peregrinos, e disse que a intervenção estatal para ajudar os trabalhadores, criando direitos trabalhistas e sociais, era exigida pelo “bem público, não menos que pela justiça e o direito natural” (cf. “Asociación católica”, 1889, II, p. 519).

Neste segundo Congresso em Liège, o próprio bispo de Liège, Monsenhor Doutreloux, declarou que “este ponto [necessidade da intervenção estatal] foi consagrado pelo Papa e, em princípio, não podia ser posto em dúvida”.

Como frisou o padre Guitton, explicando este ponto, a Escola de Liège ensinava que o Estado tem o direito e o dever de não apenas proteger, mas também de promover o bem comum.

Pouco depois, Leão XIII publicou a “Rerum novarum”, consagrando este ponto, por encíclica, que é ponto assentado, constante e pacífico entre os verdadeiros católicos.