Robert Owen era cristão, defendia o “puro cristianismo”, seu “milenarismo” tinha pontos corretos, que o Vaticano aprovaria

Robert Owen (1771-188), no livro “New Lanark” (1817, p. 116), escreveu:

a sociedade poderia existir sem crimes, sem pobreza, um um estado sanitário bem melhorado, sem ser infeliz ou muito pouco, e em uma felicidade cem vezes maior”.

Para isso, o “obstáculo” principal é a “ignorância”.

Na “ordem justa da natureza, a verdade, ou o puro cristianismo, reconciliará os homens entre si, vencerá o mal, estabelecerá o reino da paz e da harmonia, e a felicidade reinará para sempre sobre a terra. Não digam que essa realização celeste é inacessível na terra. Só o seria em um regime satânico de egoísmo individual, de desprezo às leis da humanidade…”.

No livro “A vida de Robert Owen, escrita por ele mesmo” (Londres, 1857, pouco antes de morrer), é ainda mais religioso.

Na “Gazeta milenária” (1855), tem a mesma base religiosa, falando da humanidade organizada em comunas pequenas, uma República que deveria se chamar “Nova Jerusalém ou o Paraíso terrestre unificado”, com pessoas “regeneradas”, “governadas somente pelas leis de Deus, falando a mesma língua, isto é, a língua a verdade única”.

O mesmo ocorria com Fourier, ainda mais religioso, elogiando Jesus, e também com Saint Simon, cujo último livro foi “O novo cristianismo”.

A base ética do socialismo utópico é toda baseada no melhor do cristianismo. 

Demonstrei isso no meu livro, “Socialismo, utopia cristã”, com o aval (prefácio) de Frei Betto e de um Arcebispo da Igreja, Dom Moacyr Grechi (autor da apresentação, rascunhada por um dos Boff), que foi Arcebispo no Acre, e terminou Arcebispo emérito de Rondônia.