O socialismo democrático de Jean Jaures era pro economia mista, democrático, gradualista, com fundo religioso e humanista

Jean Jaurès foi um dos maiores socialistas franceses, sempre conservando uma base religiosa e democrática.

O ideal pró-socialismo de Mounier fica patente em obras como “O pensamento de Charles Péguy” e outras, bem próximo a Jaurès.

Péguy defendia um socialismo cristão, católico, bem próximo de Jean Jaurés, que era teísta e humanista. No fundo, democracia participativa e social e socialismo participativo, democrático e humanista são, de fato, sacos com a mesma farinha, o mesmo bom milho.

Há a mesma base democrática e humanista, de socialismo democrático, em autores como Benoit Malon, com religiosidade. Idem para Laveleye, ou Magalhães Lima, em Portugal. 

Obras como “O socialismo na Europa” de Magalhães Lima; “O socialismo integral” de Benoit Malon (discípulo do socialista religioso, Constantin Pecqueur); “História do socialismo”, de Jaurès; ou “O socialismo contemporâneo” de Emilio Laveleye eram recomendadas pelo Partido Socialista Brasileiro, de 1902, como pode ser lido no jornal “O Estado de São Paulo”, de 28.08.1902 (do livro de Edgar Carone, “Movimento operário no Brasil”, Rio de Janeiro, Difel, pp. 322-327).

Estas obras defendiam um socialismo democrático, economia mista, com fundamento democrático e religioso. 

Em 1894, Jaurès escreveu:

“Se somos coletivistas é porque o coletivismo, muito longe de destruir a propriedade individual no que tem de legítima, é, hoje, o único meio, não só de estende-la, senão de universalizá-la… Defenderemos a pequena propriedade aldeã que realiza a ideia socialista pela união da propriedade e do trabalho”.

No mesmo sentido, escreveu Vandervelde, na “Revue Socialiste”, de fevereiro de 1894, p. 130:

“A expropriação só se impõe, desde o ponto de vista do interesse social, nos ramos da indústria onde a concentração de capitais fez desaparecer a pequena propriedade fundada [baseada] no trabalho”.