A Doutrina social da Igreja sempre foi pro Democracia Popular Participativa

A linha democrática de Suárez e Bellarmino, no fundo a linha dos grandes Santos Padres e dos Doutores da Igreja, é a de Lemire, de Lamennais, Ozanam e outros.

Também era a linha do abade Paul Naudet (1859-1929), que expôs esta base teórica em obras como “A democracia e os democratas cristãos” (1900).

Esta linha está também presente em autores como Turmann, Gayrand, Helleputte, Giuseppe Toniolo, Antônio Ballerini, Debon, Six, Savatier, Fonsegrive, Verbaegen, Pottier, Harlez, Schrijuers, Ireland, Falkenstein, Liechtenstein, Gaspar Decurtins, Darano, o padre Luigi Sturzo, Puccini, Minoretti, Cappellazzi, o cardeal Newman (que inspirou Raymond Saleilles, Georges Renard e outros), Guido Gonella (1905-1982, por dez anos um dos principais redatores do jornal “L´Osservatore Romano”), Welty, Viviani, Ryann, Lacordaire, Giorgio La Pira (vide “Esquisses pour une politique chrétienne”, Paris, Ed. Plon, 1958), Giordani, Watt, Lapp, La Tour du Pin, César Cantu, Gustav Gundlach (um dos maiores inspiradores da “Quadragésimo anno”), Guardini, Haas, O’Hara, Mun, Devas, Guitton, Lacroix, Mounier, Hitze, Blome, Lilly, Ventura e outros.

A teoria do consentimento racional ou do bem comum foi também exposta por autores como Anatólio Leroy-Beaulieu (1842-1912), chamado de “carola” por Joaquim Pimenta.

Anatólio (que não deve ser confundido com seu irmão Leroy Beaulieu) descreveu o movimento harmônico entre catolicismo e democracia, em obras como “Os católicos liberais, a Igreja e o liberalismo, de 1830 até nossos dias” (1885).

Anatólio ainda escreveu “Cristianismo e Democracia”, 1905, com idéias semelhantes às expostas neste meu blog.

O próprio Camilo Castelo Branco esposava estas idéias, como fica claro na tradução do livro “O Papa e a liberdade”, do dominicano Padre Constant (Porto, Ed. Livraria Portuense, 1879).

Os textos de Emile Zola (1840-1902), no livro “Roma”, também mostram a evolução da doutrina social da Igreja, clarificando-se cada vez mais, no sentido da democracia social e política.

Georges Goyau foi outro luminar da Igreja, que escreveu obras importantes como “Em torno do catolicismo social (1897-1912)” e “Retratados católicos: precursores”, 1921.

A mesma concepção está nos textos de Thierry, Ozanam, Montalembert, do padre Vincenzo Gioberti (1801-1852), Rosmini, César Cantu e Toniolo. Há a mesma linha em Paul Bureau, Jacques Valdour, Tourville, Francesco Olgiatti, Kolping, César Cantu e outros.

O livro de Henri Guilhermin, “Histoire des catholiques français au XIX siècle” (1947), historia a posição política dos católicos franceses no século XIX, quase todos ecléticos.

A linha democrática fica clara nos textos do padre Ventura de Raulica (1792-1861), que foi geral dos Teatinos, tendo boa ligação com Lamennais.

O padre Ventura e Rosmini defenderam a criação de uma Confederação Italiana, para unir a Itália.

O padre Ventura escreveu obras sobre democracia e catolicismo, como “A razão filosófica e a razão católica” (1852), “As mulheres do Evangelho” (1853) e “A mulher católica” (1854).

O padre Ventura redigiu uma “Oração fúnebre de O´Connell”, que foi um grande tribuno popular, expressando a luta dos irlandeses católicos por democracia.