A Grande Linha Democrática Popular da Doutrina social da Igreja, a linha de Francisco I

A busca de um regime justo, de uma democracia popular (socialismo democrático) não-capitalista, foi a linha de São Tomás Morus, Las Casas, Campanella, o abade de Saint-Pierre (1658-1743), Mably e outros precursores católicos de Marx. É a linha de João XXIII, de Francisco I.

Foi a linha retomada por Buchez, Lamennais, Ozanam (1813-1853), Lacordaire (1802-1861), Tocqueville, o abade Antônio Rosmini Serbati (1797-1855, um dos maiores luminares do pensamento italiano, no século XIX), Ketteler e outros.

Depois, novamente retomada pela Escola de Liège, por Marc Sangnier, Luigi Sturzo, Jacques Maritain, Mounier, do Cardeal Journet, do Cardeal Lercaro, do beato João XXIII, Alceu, Dom Hélder, Dom Lombardi (Núncio Apostólico no Brasil, de 1954 a 1964, amigo de Dom Hélder), Frei Betto, Dom Balduíno, Dom Hélder, Dom Casaldáliga, do Cardeal Leão José Suenens, do padre Yves Congar e de outros luminares da Igreja.

A linha democrática popular da Igreja também brilhou na luta dos poloneses e dos irlandeses. Por exemplo, na luta de Daniel O´Connor (1775-1847).

O´Connor foi chamado “o grande Agitador”, o “Libertador” da Irlanda, tendo sido aluno dos jesuítas, advogado (jurista mesmo), tribuno, jornalista, escritor, fundador de clubes políticos, deputado, especialista em comícios e lutas políticas.

O´Connor deixou obras como “Memórias sobre a Irlanda” e foi elogiado por grandes sacerdotes como Lacordaire, o padre Ventura d´Raulica e mesmo por Marx.

A combatividade do leigo O´Connor foi exemplar, marcando toda a luta dos irlandês contra o imperialismo inglês e por democracia.

O ideal de uma democracia popular era também o ideal cristão de William Cobbett, autor muito elogiado também por Karl Marx.

Chesterton redigiu uma boa biografia de Cobbett, no livro “La vie de William Cobbett” (Paris, Ed. Gallimard, 1929, com tradução de Marcel Agobert).