A Doutrina da Igreja quer uma sociedade cooperativa, economia do trabalho e do conhecimento, ECONOMIA MISTA, Democrática em todos os níveis

A subjetividade da sociedade, ou seja, a soberania da sociedade, é a forma principal para a concretização do princípio da dignidade do ser humano e, assim, da destinação universal dos bens e do primado do trabalho

João Paulo II, na encíclica “Sollicitudo Rei Socialis” (1987), criticou a falta de gestão operária (controle dos trabalhadores sobre o processo produtivo), como um pecado (mal) do capitalismo liberal e do capitalismo de Estado:

“Em lugar da iniciativa criadora prevalecem a passividade, a dependência e a submissão ao aparato burocrático que, como único órgão «disponente» e «decisional» — se não mesmo «possessor» — da totalidade dos bens e dos meios de produção, faz com que todos fiquem numa posição de dependência quase absoluta, que é semelhante à tradicional dependência do operário-proletário do capitalismo. Ora isto gera um sentimento de frustração ou desespero e predispõe para o desinteresse pela vida nacional, impelindo muitas pessoas para a emigração e favorecendo em todo o caso uma espécie de emigração «psicológica».

“Uma situação assim tem as suas consequências também sob o ponto de vista dos «direitos das nações singularmente». Com efeito, acontece com freqüência que uma nação é privada da sua subjetividade, ou seja, da «soberania» que lhe compete, no sentido econômico e mesmo político-social e, de certo modo, cultural, porque adstrita a uma comunidade nacional onde todas estas dimensões da vida estão ligadas entre si”.

O texto acima apenas repete textos no mesmo sentido de Leão XIII, Pio XI, Pio XII, João XXIII e de Paulo VI. Vou postar cada um destes textos.

Para resumir: em cada unidade produtiva, em toda a estrutura econômica, em toda organização econômica, é PRECISO QUE EXISTA O PRIMADO DO TRABALHO. E, neste, do ASPECTO SUBJETIVO DO TRABALHO.

Na encíclica “Laborem exercens”, João Paulo II tornou a frisar o primado do trabalhador (ligado intrinsecamente ao princípio da destinação universal dos bens e da soberania da sociedade) e destacou sua importância.

A sociedade (o povo) só é soberana se é baseada em formas de autogestão, em formas ampliadas de autogestão, ESTRUTURAS COOPERATIVAS, estrutura geral cooperativa, planejamento participativo, APOIO ESTATAL AOS MICROS E PEQUENOS.

Resumindo, se cada membro dela exerce controle sobre sua própria vida e trabalho (autogestão na vida cultural, familiar, econômica, artística etc).