A doutrina da Igreja quer o MÁXIMO DE PROTAGONISMO, de AÇÃO LIVRE, de TRABALHO NÃO REIFICADO, sem alienação

Somente há socialismo e democracia quando as pessoas são “protagonistas livres de sua história”, onde há libertação.

Sem isso, trata-se de um “socialismo espúrio e falso”, tal como uma oligarquia disfarçada.

A única forma de superar a diferença contraposição entre trabalho braçal e trabalho intelectual é AUMENTAR A ESCOLARIDADE DE TODAS AS PESSOAS, dar formação universitária ou de ensino técnico de alto nível a todos os trabalhadores. 

A síntese dos bispos da Nicarágua é correta: um modelo com “economia planificada nacionalmente, solidária e progressivamente participativa”, que assegure “o destino comum dos bens e recursos do país”, tendo como base fundamental a “satisfação das necessidades fundamentais de todos”, “parece-nos justo”.

Pelo trabalho e pelas relações fraternas e cooperativas, participamos como co-criadores, do processo da criação/renovação.

Por isso, Maritain, em “Arte e Escolástica”, tal como Alceu, explicava que o artista, como todo trabalhador, é um continuador da obra de Deus; toda arte é fabricadora e criadora, melhorando o mundo, em cooperação com a ação divina.

O artista, tal como todos os trabalhadores, é “um sócio de Deus”, que, usando a matéria criada, sobre ela torna a criar, por assim dizer, em segundo grau.

Conclusão: o protagonismo dos oprimidos, o controle consciente das pessoas sobre o processo produtivo e reprodutivo (tal como das estruturas sociais, políticas, estatais etc), é o ideal da teologia da libertação e da ética cristã e natural.

Este ideal, dentro do processo histórico, assume a forma positiva de uma democracia social, participativa, ECONOMIA MISTA, AMPLO DISTRIBUTISMO, RENDA BÁSICA PARA TODOS, CASAS PARA TODOS, bens para todos, sem miséria e sem grandes fortunas, sem reificação, sem alienação econômica.

Este modelo de economia do trabalho, economia mista, é também chamada de “socialismo participativo”, como bem expôs Marciano Vidal.