A Igreja condenou o capitalismo inúmeras vezes

Pio XII, na Exortação ao clero, em 23.09.1950, repetiu a condenação da Igreja ao capitalismo, criticando parte do clero pela omissão:

não são raros os padres que se mostram tímidos e inseguros, que diz respeito ao sistema econômico que tira seu nome da acumulação excessiva do capital ou dos bens privados. Mais de uma vez, tem a Igreja denunciado os abusos das grandes riquezas e mesmo do direito de propriedade, que um tal regime econômico gera e protege”.

A razão da condenação ao capitalismo foi bem explicada por Pio XII, neste discurso.

O capitalismo reifica as pessoas, transforma as pessoas em coisa fruíveis, tal como infringe a regra do primado das pessoas sobre os bens, o princípio da destinação universal dos bens: nas palavras de Pio XII:

“os bens” (toda “riqueza”, toda “posse”) “devem ser instrumentos” “para vantagem da sociedade inteira e também para a salvaguarda e o desenvolvimento da liberdade e da dignidade humana”.

As pessoas, usando a liberdade, devem autogovernarem-se e também regerem a vida social e a VIDA ECONÔMICA, as unidades produtivas, como sujeitos, usando dos bens, como instrumentos (causas instrumentais da produção, sempre subordinados ao trabalhador, que tem primazia).

O Estado deve regrar e planejar o uso dos bens, para que todo uso (utilização) de bens seja em prol do bem comum, sem reificação, sem exploração etc.