O socialismo pequeno-burguês de Proudhon tem vários elementos corretos

O socialismo pequeno burguês de Proudhon tinha alguns pontos corretos. Ele elogiava os artesãos, os autônomos, os pequenos burgueses, os camponeses e queria fábricas operárias cooperativistas

Proudhon não defendia a ausência do Estado. O “anarquismo” de Proudhon defendia era um Estado descentralizado, federalista, montado debaixo para cima, um Estado sob o controle do povo. 

Proudhon tinha o mesmo apreço dos maiores anarquistas pelos pequenos produtores, micro empreendedores, artesãos, pequenos burgueses e camponeses.

O livro de Armand Cuvillier, “Proudhon” (Ed. Fondo de Cultura Economica, México, 1939, p. 179), que comprei num sebo, tem um texto de Proudhon, tirado do livro “Teoria da propriedade” (cap. VIII).

Neste texto, Proudhon explica que a “posse” que ele defendia, desde 1840, era uma “fórmula” que deveria atender “por igual” “ao interesse coletivo e a iniciativa individual”, uma “fórmula superior”, inspirada por Hegel, que deveria “reunir todas as vantagens da propriedade e da associação, sem nenhum de seus inconvenientes”.

Depois de 1854, Proudhon nega a fórmula vaga (posse) que defendera, no livro “Sistema das contradições econômicas” (1846). Passa a defender a pequena propriedade limitada (no fundo, com função social, sob o controle e limites do Estado), como base da produção, junto com fábricas operárias, cooperativas.

Esta pequena propriedade é apenas uma forma para o controle direto dos trabalhadores sobre os bens produtivos, sobre o processo produtivo, tese que Proudhon e a Igreja defendem.

A Igreja defende também a tese fundamental da destinação universal e geral dos bens, para todos, para atender às necessidades de todos, a vida plena e abundante, para todas as pessoas. 

Proudhon gostava de citar e seguia o livro de Adolphe Blanqui (1798-1854), “História da economia política na Europa, desde os tempos antigos até nossos dias”. Adolphe Blanqui era irmão de Louis Auguste Blanqui.