Autogestão operária da base até o topo da sociedade, em todos os níveis, esferas

Marx considerava o movimento cooperativo como uma das forças transformadoras da sociedade atual, que implantaria “o sistema republicano da associação de produtores livres e iguais”, convertendo a “produção social em um vasto e harmonioso sistema de trabalho cooperativo”.

Karl Marx, nas “Resoluções do Primeiro Congresso da A.I.T” (que ocorreu em Genebra, em setembro de 1866), cf. consta no livro “Cooperativismo e socialismo” (editora Centelha, Coimbra, 1979, pp. 21-22), defendeu um “sistema republicano” com base na “associação de produtores livres e iguais”, “um vasto e harmonioso sistema de trabalho cooperativo”:

Trabalho Cooperativo

“A tarefa da Associação Internacional é a de generalizar e de unificar os movimentos espontâneos da classe operaria, mas não a de lhes prescrever ou de lhes impor um sistema doutrinária, seja ele qual for.

“Por conseqüência, o Congresso não deve proclamar um sistema especial de cooperação, deve antes limitar-se à enunciação de alguns- princípios gerais.

“a) Reconhecemos o movimento cooperativo como uma das forças transformadoras da sociedade atual, baseada no antagonismo das classes. O seu grande mérito é o de mostrar na prática que o sistema atual, despótico e empobrecedor, de subordinação do trabalho ao capital, pode ser suplantada pelo sistema republicano da associação de produtores livres e iguais.

“b) Mas o sistema cooperativo restrito às formas ínfimas originadas nos esforços individuais de escravos assalariados é impotente para transformar por si próprio a sociedade capitalista. Para converter a produção social em um vasto e harmonioso sistema de trabalho cooperativo são indispensáveis mudanças gerais; Essas mudanças não serão nunca obtidas sem o emprego das forças organizadas da sociedade. Assim, o poder de Estado, arrancado das mãos dos capitalistas e dos proprietários rurais, deve ser manejado pelos próprios produtores.

“c) Recomendamos a todas as sociedades cooperativas que consagrem uma parte dos seus fundos à propaganda dos seus princípios, que tomem a iniciativa de novas sociedades cooperativas de produção e que façam essa propaganda tanto oralmente como através da imprensa.

“d) Com o objetivo de impedir as sociedades cooperativas de degenerar em sociedades ordinárias burguesas (sociedades por ações), qualquer operário empregado ,deve receber o mesmo salário, seja ou não associado. Como compromisso meramente temporário; transigimos em admitir um lucro mínimo para os sócios”.

Estas idéias são perfeitamente adequadas às idéias fundamentais da Bíblia.

Merece destaque e aprovação o reconhecimento de Marx que uma entidade que queira congregar milhões deve divulgar princípios (pontos mais genéricos) e deixar margens de liberdade para as estruturas menores. Este é o núcleo do princípio da subsidiariedade.

O Estado e cada entidade maior deve promover a ação das menores, de cada trabalhador, para que todos os trabalhadores sejam o que devem ser, colaboradores de Deus, co-empreendedores, co-criadores (dando continuidade à criação), co-redentores (melhoradores do Universo).