Na Primeira Internacional já existiam militantes teístas, religiosos

Na Primeira Internacional, existiam militantes teístas. Os marxistas eram minoria. Alguns militantes teístas: G. Harris e Boon.

Estes dois eram “dois membros ingleses do Conselho Geral”, da “seita do defunto Bronterre O´Brien” (texto tirado de carta de Marx a Friedrich Bolte, em 23.11.1871).

James O´Brien Bronterre (1802-1864) foi dos cartistas IRLANDESES, que dirigiu o jornal “The Poor Man´s Guardian” (“O Guardião dos homens pobres”, dos “pobres”), em Londres, onde defendia as ideias católicas socialistas de William Cobbett.

A maior parte dos sindicalistas da Inglaterra, na Internacional, eram pessoas com religiosidade.

O movimento irlandês foi a principal base dos Cartistas, de 1836 a 1848, retomando a luta da Insurreição irlandesa de 1758. A Primeira Internacional se inspirava principalmente na luta dos Cartistas e, nestes, a presença irlandesa-católica era extremamente forte. 

O apreço católico pelo católico William Cobbett está presente sempre. Eu mesmo tenho o livro do católico G. K. Chesterton, “La vie de William Cobbett”, editado em 1929, na França, pela Livraria Gallimard, traduzido por Marcel Agobert.

O principal ponto do Programa da Primeira Internacional era basicamente católico, a fórmula de Buchez, acolhida por Lassalle, no primeiro Partido operário da Alemanha, como reconheceu expressamente Marx, no livro “Crítica ao programa de Gotha”.

O principal ponto era a fórmula de Buchez, apoio estatal às cooperativas, expressa inclusive no esboço de programa para o Congresso da Primeira Internacional, em Moguncia, em 14.07.1870, o Quinto Congresso Geral.

Marx defendia a criação de “Bancos nacionais”, em vez de “bancos de emissões” de moeda privados, para a criação nacional de cooperativas. Estes “bancos nacionais” dariam “condições para a produção cooperativa em escala nacional”. Isso, junto com medidas como “abolir a Dívida Pública” (ponto baseado em William Cobbett, outro católico), substituiriam o capitalismo por um modo de produção cooperativo. Este esboço foi aprovado pelo Conselho Geral, em 12.07.1870.