Multinacionais e latifúndios são os maiores inimigos do povo

A Doutrina da Igreja defende a igualdade social, que a sociedade seja organizada para todos terem bens, em média quantidade, mediania. Como Galeno explicava, sem falta, sem excesso. Equilíbrio, harmonia, mediania, justa medida. 

A expressão “aurea mediocritas” (mediania áurea, dourada), de Horácio, em “Odes”, II, 10,5, foi acolhida pela doutrina da Igreja e foi devidamente apreciada (tal como as obras de Horácio) pelos Santos Padres e por diversos Papas.

Uma situação de mediania (ter os bens suficientes para uma vida digna e feliz) é a condição social preferível, sob o ponto de vista da virtude (do uso racional das faculdades humanas) e para atender ao princípio da igualdade social. 

Aristóteles, na “Ética a Nicômaco”, fez excelente apologia da mediania, da igualdade social. Este apreço foi acatado pelos Santos Padres e escolásticos devido a identidade de idéias com a Bíblia. Da mesma forma foram acatadas frases como “em tudo deve haver uma medida” (de Plauto), no caso, a necessidade de bens para uma vida digna.

A mediania decorre do princípio da igualdade social.

Para isso, o principal é eliminarmos os latifúndios e o capital monopolista.

Especialmente as multinacionais (umas 35.000, com mais de 200.000 filiais, embora umas 700 multinacionais tenham imenso poder, sendo as piores sanguessugas celeradas do planeta, com destaque para os grandes bancos, a Shell, a Exxon e as grandes empresas de informática, Google, Intel, Microsoft, IBM, Apple, Sansung e outras), que devem, numa fórmula de transição, ter o direito de remessa de lucros drasticamente controlado, como queria Sérgio Magalhães e outros da antiga Frente Parlamentar Nacionalista (o direito de remessa foi cerceado por Getúlio alguns meses antes de ser levado ao suicídio, tal como foi cerceado por João Goulart, razão do golpe militar de 1964).

Da mesma forma, as multinacionais devem ficarem sujeitas a formas de planejamento público participativo.

Estas monstruosidades – o capital monopolista e o latifúndio – são intoleráveis no prisma ético e devem ser abolidas mesmo, pois é inadmissível que existam estes monopólios privados (latifundiários, trustes e cartéis privados, especialmente multinacionais) ainda mais apoiados por governos estrangeiros (CIA, Agência de Segurança Nacional etc), corrompendo os servidores públicos e a cultura nacional.

E ainda por cima explorando nossos recursos naturais e nossos trabalhadores, pagando aos mesmos quantias dez vezes menor que as pagas por estes mesmos trabalhos nos países de origem das multinacionais (pagavam 27 vezes menos, pagando cerca de 20 centavos de dólares a hora a trabalhadores latinos enquanto pagavam uns 5 ou 6 dólares, a hora, nos EUA) .