Agricultura CAMPESINA familiar, sem latifúndios, com ampla proteção estatal, e controles públicos. Soberania alimentar

O livro “O comércio da fome” (Petropólis, Ed. Vozes, 2003), de John Madeley, traz a boa linha de como deveria ser a política agrícola estatal no Brasil e no mundo.

Madeley foi editor de “International Agricultural Development”, de 1983 a 1998, participando de ONGs como a Christian Aid (Ajuda Cristã), Instituto Panos, a Agência Católica para o Desenvolvimento Externo (Cafod) e o Instituto Católico de Relações Internacionais.

Madeley defende basicamente as mesmas ideias da Via Campesina, organização internacional dos Camponeses, ligada a Igreja Católica, cuja sucursal, no Brasil, é o MST.

Este autor é radicalmente contra o patenteamento de processos naturais, biológicos e microbiológicos. Os direitos de propriedade intelectual devem ser resguardados, com outras formas, que não patentes. A biopirataria deve ser combatida.

Também é totalmente contra o livre cambismo, buscando reduzir a OMC a um papel bem menor, priorizando mecanismos internacionais de democracia, uma organização PÚBLICA do comércio internacional, com ênfase em ACORDOS REGIONAIS entre países.

A OMC não deve se meter com a agricultura, pois a OMC, o Banco Mundial e o maldito FMI são apenas biombos dos interesses das multinacionais e do imperialismo. 

Luta pela causa protecionista (Manoilesco iria gostar), com o direito de proibir importações, para preservar a produção interna agrícola e exigindo planos de reforma agrária, erradicando o latifúndios, aumentando a agricultura campesina, com pequenos e médios produtores rurais, com amplo acesso à terra, com amplos controles públicos, e amplos apoios públicos.

Madeley é defensor da agricultura limpa (orgânica e outras formas), da agricultura indígena, de povos tradicionais, da defesa das sementes crioulas etc.