Conceito de Parusia – Participação na Presença, no Ser, na Substância divina, na Vida de Deus

No “Léxico de Metafísica”, de Aniceto Molinaro, vejo que o termo “Participação” vem do latim “Partem capere”, que significa “tomar parte”.

A palavra portuguesa “Participação” vem da palavra latina “partem capere”, que, por sua vez,  vem da palavra grega “Parousia”. Parusia é “Participação”.

Parusia é a Vinda de Cristo pela segunda vez e lembro que isso é um processo, no final das contas.

A parusia é um processo de ampliação da Presença de Deus no mundo. Parusia é a ampliação da participação na Substância de Deus, no ser de Deus, um processo de Comunhão ampliada.

No fundo, é participar (ter comunhão, cada vez mais…) na Vida de Deus, no Amor de Deus, na Ação, no Trabalho, na essência divina, divinizar-se, um processo de união das pessoas entre si, com a natureza e com Deus.

Deus é o Bem, logo é participar no Bem, ampliar sua cota-parte no Bem Comum, na união de Deus com o universo, pois o Universo é como a Casca de Deus, a parte externa de Deus, a criação do Criador, a parte externa de Deus.

Não é monismo e nem panteísmo, pois Deus é imanente e transcendente ao Universo, está Presente em tudo, sendo mais que o tudo.

Parusia é um processo que tende à ampliação cada vez mais da Presença, a união cada vez maior do Universo com Deus, o “venha a nós o Vosso Reino” em processo.

Parusia é o processo de ampliação da união da “terra” e do “Céu”, a plenificação, ampliar a plenitude de Deus, no mundo.

Unir “terra” (especialmente as pessoas, mas também a natureza) e Deus, num movimento eterno.

Um processo de Evolução cósmica, pois Deus sempre melhora e sempre melhora o Universo, o movimento histórico é um movimento para cima e para diante, de melhoramento, de Evolução.

As pessoas vão melhorar mesmo após a morte, frise-se, e isso sempre foi ensinado pela Igreja e é apenas repisado por teólogos como Champlin. 

O termo “parusia” vem de tomar parte na “ousia”.

Ousia, por sua vez, significa “ser”, “substância”, “presença”, “essência”, conteúdo, vida etc.

Vejamos o que está no Wikipédia sobre “ousia”, termo grego muito importante. 

“Ousía (οὐσία, pronúncia moderna “ussía”) é um substantivo da língua grega formado a partir do feminino do particípio presente do verbo “ser”, εἶναιeinai”.

Note que “ousía” é pronunciado como “ussía”, com “u”.

“A palavra é, por vezes, traduzida para português como substância ou essência, devido à sua vulgar tradução para latim como substantia ou essentia. É termo utilizado em Filosofia[1] e em Teologia.[2]

Filósofos gregos, como Platão e, principalmente, Aristóteles utilizaram esta palavra frequentemente nos seus discursos; é do uso dado por estes dois autores que decorre o atual significado atribuído correntemente à palavra, tanto em contexto filosófico como teológico.

Aristóteles usou o termo ao criar filos de animais, nos seus tratados de taxonomia biológica. Para este autor, o conceito de hypostasis (ou hipóstase) referia-se à existência de um ponto de vista lato, enquanto que ousia se referia a um espécime ou individual das coisas ou seres.

Martin Heidegger, mais tarde, defendeu que o significado original da palavra se perdeu na sua tradução para o Latim e, consequentemente, para as línguas modernas. Para este autor, significava “Ser” e não “substância”; isto é, não se pode aplicar a um conceito cuja etimologia remete para algo que permanece (-estância) “sob” outra (sub-). Usou, ainda o termo binomial parousia – apousia para significar ‘presença’ – ‘ausência’ e o termo hypostasis para significar existência.

Significado teológico primitivo

Orígenes, (c. 182 – c. 251) usou o termo ao dizer que Deus é um gênero de ousia com três espécies distintas de Hipóstases: o Pai, o Filho, e o Espírito Santo”, ou seja, Um Ser e três Presenças, “hypostasis”, “hipóstase”.

Os Sínodos de Antioquia, em 264-268 condenaram o termo homoousios (mesma substância) para se referir ao Filho e ao Pai, devido às raízes gregas e filosóficas da palavra, contudo a expressão foi consagrada pelo Primeiro Concílio de Niceia como fórmula de fé, já que Paulo de Samósata, cujos predicados teológicos estavam então em discussão, usava a palavra homoousios para significar que o Logos ou o Filho era uma só pessoa com o Pai [Pai e Filho, duas Pessoas, um Ser]. 

No Primeiro Concílio de Niceia em 325 debateram-se, de fato, os termos homoousios e homoiousios. A palavra homoousios significa “a mesma substância”, enquanto que a palavra homoiousios significa “de substância similar”. Note-se que os termos diferem apenas numa letra (a letra grega iota). Existe mesmo uma expressão idiomática em inglês (“differ not by one iota.”) que faz eco deste conceito: duas coisas que não difiram um iota são duas coisas que têm a mesma substância.

Credo de Calcedônia de 451 afirmava que Deus tinha uma só ousia, ainda que tivesse três hipóstases. Um Ser, Três Pessoas. 

Referências bibliográficas[editar | editar código-fonte]

  1. Ir para cima CHAUI, Marilena, Convite à Filosofia, Ed. Ática, São Paulo, 2000
  2. Ir para cima Doutrina Católica – acesso a 28 de Novembro de 2007