Santo Agostinho lutava por uma sociedade sem miséria, pacífica, com progresso social

Santo Agostinho viveu entre 354 e 430, um santo africano, que foi assassinado no final da vida.

Santo Agostinho é um dos maiores Doutores da Igreja, quase na altura de São Tomás de Aquino, embora alguns achem Agostinho maior, inclusive. Deixou obras como “Confissões” e um tratado genial, “A cidade de Deus”, obra imensa, sobre a relação do cristianismo com o Estado e a economia, onde mostra que a religião (a ética cristã e judaica) é fonte de melhorias, luta por uma sociedade sem miséria, com um Estado controlado pelo povo.

Santo Agostinho escreveu, sobre o miséria, textos como este que passo a transcrever:

Não devemos desejar a existência de miseráveis [míseros, pessoas na miséria] para que possamos exercer as obras de misericórdia. Dás pão ao que tem fome: melhor seria que ninguém tivesse fome e a ninguém tivesses que dar. Vestes ao que não tem roupa: oxalá todos andassem vestidos e não houvesse tal necessidade! Dás sepultura ao morto: oxalá chegue enfim aquela vida em que ninguém morre!” [a finalidade da religião é abolir a morte, lembro, é criar pessoas imortais, eternas, unidas a Deus].

“Pacificas aos que brigam: oxalá venha enfim aquela paz eterna de Jerusalém, onde ninguém discorde – Todos esses são misteres da necessidade. Acabemos com os míseros: cessarão as obras de misericórdia. Sim, cessarão as obras de misericórdia: porventura ficará extinto o ardor da caridade? Mais fraternalmente amas ao homem feliz, ao qual não tens o que dar. Tal amor será mais puro e muito mais sincero. Pois se socorres ao mísero, talvez te queres exaltar perante ele, e o queres submeter, com motivo do teu benefício. Ele precisou, tu contribuíste. Porque assim contribuíste, pareces maior do que ele. Deseja o igual, para que ambos estejais sob Aquele a quem nada se pode dar”. (In Epist. Jo. Ad Parthos, tract. 8º n. 5, M. L. 35, col. 2038).

O texto acima foi colhido numa obrinha do padre Roberto Sabóia de Medeiros S.J, “Forças de coesão” e revela bem o ideal cristão de organizar uma sociedade e um Estado sem miséria, que atenda plenamente às necessidades fundamentais do povo.