João Paulo II – há grãos de trigo, de verdades, no marxismo, há sementes de verdades, que devem ser acolhidas e difundidas

Carl Bernstein e Marco Politi, no livro “Sua Santidade João Paulo II e a história oculta e nosso tempo”(Editora Objetiva, 1996, 6ª. edição), mostra como estes elementos de verdade, contidos no comunismo (e no socialismo em geral), foram reconhecidos pelo Papa João Paulo II:

Quando o Papa viajou aos países bálticos livres no outubro de 1993, ele deixou estupefato o público em Riga ao declarar: – A exploração produzida pelo capitalismo desumano era um mal real e esse é o grão de verdade no marxismo. Alguns meses depois, numa entrevista com Jas Gawronski, um deputado italiano do Parlamento Europeu que nasceu na Polônia, João Paulo II foi ainda mais longe:- Essas sementes de verdade no Marxismo não devem ser destruídas, não devem ser carregadas pelo vento. (…) Os adeptos do capitalismo em suas formas extremadas tendem a ignorar as coisas boas conseguidas pelo comunismo: seus esforços por superar o desemprego, suas preocupações com os pobres.

Ao ouvir essa declaração, lá em Moscou, Gorbachev abriu um sorriso: – Muito interessante- disse ele a um amigo italiano. – Parece que o Papa está começando a compreender que há valores positivos no socialismo e que, aliás, continuarão sendo positivos no futuro”.

Meu comentário – o texto do Concílio Vaticano II, “Nostra aetate”, número 2, mostra o bom ecumenismo: “a Igreja católica não rechaça nada do que nestas religiões há de santo e verdadeiro. Considera com sincero respeito os modos de agir e de viver, os preceitos e doutrinas que, (…), não poucas vezes refletem aspectos daquela Verdade que ilumina a todos os homens”. Este ecumenismo, aplicado às correntes socialistas, inspirou este blog.

O mesmo penso sobre o budismo, os islamismo, o judaísmo.

Todos os elementos de verdade (grãos de trigo, centelhas de luzes) devem ser colhidas numa boa síntese.