Buchez foi o principal autor que defendeu o socialismo cooperativista, é o pai do “socialismo católico”, o principal expositor do socialismo católico, como destacou Marx.
No “Manifesto” e em outras obras, há a distinção de várias formas de socialismo, como o socialismo pequeno burguês de Sismondi, economia mista. E o próprio Marx fala do “socialismo católico”, de Buchez, uma forma de socialismo cooperativista.
Buchez escreveu seus textos antes de Marx. E Buchez foi a principal fonte dos textos sobre o modelo de socialismo de Lassalle. Lassalle seguia Buchez e Luís Blanc.
Por isso, Dom Ketteler, contemporâneo de Marx, em dois excelentes textos (em1866 e em 1877), aborda e resolve a questão se um católico podia filiar-se e votar em partidos socialistas (principalmente o partido de Lassalle).
Frise-se – o principal bispo católico deu aval a aliança católica com os socialistas cooperativistas. E o Partido do Centro apoiou todas as reformas sociais de Bismarck, apoiando o surgimento do Estado social, na Alemanha, a partir de 1879, com a ligação de Leão XIII com Bismarck.
Dom Ketteler, o bispo mais importante da Alemanha, na época, uma das maiores estrelas da Doutrina social da Igreja, respondeu que sim, mostrando que nos programas de vários socialistas de seu tempo muitas das reivindicações eram perfeitamente justas, de fundo cristão, e eram também deveres sociais dos católicos, deveres exigidos pela fé vinda de Abraão, de Moisés e ampliada por Cristo.
Lassalle planejava, seguindo os passos de Buchez e Louis Blanc (como foi constatado por Marx, no texto “Crítica ao programa de Gotha”), substituir o trabalho assalariado pelo trabalho associado em formas cooperativas. Toda a economia deveria ter formas cooperativas, com amplo Estado democrático, popular, coordenando o processo produtivo.
Plano de Lassalle – formar grandes cooperativas de produção com a proteção, o crédito, os recursos e a regulamentação do Estado (que seria controlado pelos trabalhadores, graças ao sufrágio universal, que Lassalle defendia na linha dos cartistas).
Toda a economia –agricultura e indústria – seria gerida por cooperativas e pelo Estado controlado pelos trabalhadores.
Ketteler aprovou as linhas gerais deste programa, seguindo, assim, os passos de Buchez e Louis Blanc. Frise-se que no plano de Ketteler, haveria maciça difusão de bens pessoais e familiares e a pequena produção caseira e familiar continuaria, com apoio do Estado.