Desvalorizar a moeda é fundamental para ampliar industrialização e pleno emprego

A absurda valorização do câmbio em plena recessão

Por André Araújo

Os economistas da Escola Clássica de David Ricardo tinham uma receita para os ciclos recessivos, que é a desvalorização da moeda para facilitar as exportações. A China usou largamente essa ferramenta para fazer crescer sua economia pela exportação.

É um monumental contrassenso de política econômica valorizar a moeda em plena recessão, dificultando mais ainda a saída dela. É recomendar dieta magra para paciente com anemia.

O Real se valoriza por DESEJO do Banco Central, e não por razões naturais, pois que o Banco Central tem OBRIGAÇÃO de intervir comprando dólares excedentes para impedir sua queda e manter certa lógica na paridade Real x Dólar, que deveria estar em torno de 3,75 e nunca como hoje em torno de 3,10 e caindo.  

Essa intervenção é manobra tradicional de bancos centrais, é uma de suas funções, manter o câmbio dentro de bandas ajustadas ao conjunto dos objetivos da economia, inclusive para dar previsibilidade aos agentes econômicos da economia produtiva, aos exportadores e importadores.

O câmbio de uma economia funcional não pode ter altos e baixos bruscos o tempo todo, isso impede planejamento financeiro de quem capta recursos fora, impede calcular preços de exportação e custos de importação. Flutuações amalucadas são o máximo de irracionalidade em uma economia.

A razão da não intervenção é a ideia fixa de baixar a inflação como única meta da economia.

A não intervenção proposital derruba o dólar tirando viabilidade a muitas exportações mas para os cabeças-de-planilha da atual política econômica ajuda a derrubar a inflação, sua única meta, como se a economia fosse só isso.

Emprego e produção não interessam a quem pensa só em inflação, o que no fim do dia significa pensar só em ativos financeiros em mãos de bancos e fundos, desprezando o “resto” da economia.