López Obrador, futuro presidente do povo do México, tomara rs.

Tirei do blog Nocaute, que recomendo muito.

“Quem é López Obrador

Andrés Manuel López Obrador, popularmente conhecido como AMLO, anunciou oficialmente nesta sexta- feira (30) sua candidatura à Presidência do México. É a terceira vez que Obrador disputa as eleições presidenciais de seu país.

A primeira foi em 2006, quando perdeu o pleito por uma diferença de 0,5% para o candidato Felipe Calderón Hinojosa, que presidiu o país de 2006 a 2012. Em sua campanha em 2006, Obrador afirmou que gostaria de ser um Lula da Silva para o povo mexicano. Garantiu que tendo vencido as eleições presidenciais de 2006 “o exemplo não seria o Brasil e Lula, o exemplo seria o México”.

O candidato da esquerda mexicana propõe acabar com os privilégios fiscais, realizar uma política de austeridade e erradicar a pobreza, a corrupção e as desigualdades sociais. Em 2012, Obrador disputou mais uma vez as eleições presidenciais e perdeu para o atual presidente, Enrique Peña Nieto.

Mais velho de oito filhos, seus pais eram imigrantes espanhóis nativos de Cantabria. Obrador nasceu e cresceu no interior rural de Tabasco antes de se mudar com a família para a capital do estado sulista, Villahermosa.

Formou-se cientista político e seus primeiros passos na vida pública vieram no PRI (Partido Revolucionário Institucional). Em 1988 se juntou ao grupo de dissidentes liderados por Cuauhtémoc Cárdenas para fundar seu atual partido, o PRD (Partido da Revolução Democrática). Foi presidente do partido de 1996 a 1999, obtendo importantes realizações eleitorais e uma grande presença nacional. Em 2000, depois de deixar a Presidência do partido, assumiu o governo do Distrito Federal durante seis anos.

Do El País

O Mxico começa a percorrer 90 dias definitivos para seu futuro. Na sexta-feira começou oficialmente uma campanha que há meses vem se prolongando e na qual o candidato da esquerda Andrés Manuel López Obrador (AMLO) caminha vitorioso nas pesquisas, mais pelos erros dos demais do que por seus próprios acertos. Em sua terceira tentativa – e última, segundo suas palavras – para chegar ao poder, o líder do Morena (Movimento de Regeneração Nacional) se beneficia da guerra desatada entre seus dois rivais.

Ricardo Anaya, candidato do Pelo México à Frente, uma coalizão heterodoxa entre o direitista Partido de Ação Nacional (PAN) e o Partido da Revolução Democrática (PRD, de centro-esquerda), disputa o segundo lugar com José Antonio Meade, concorrente do histórico Partido Revolucionário Institucional (PRI), que governou o país durante décadas, incluindo os últimos seis anos.

López Obrador também possui a seu favor que a sensação de saturação e desencanto em relação ao Governo atual, repleto de corrupção e com os níveis de insegurança mais altos já vistos, é muito maior do que o medo gerado por sua eventual chegada ao poder. Um temor ainda latente, sobretudo no setor empresarial, mas diluído em relação às duas eleições anteriores nas que ele já foi concorrente, naquela época pelo PRD.

Um estudo realizado pelo EL PAÍS a partir das pesquisas publicadas indica que López Obrador tem 79% de chances de vitória, contra 16% de Anaya e somente 5% de Meade.

Depois de 70 anos de governo hegemônico do PRI, de dois sexênios de alternância do PAN e do retorno ao poder do histórico partido, todos os candidatos apelam ao rompimento com o estabelecido nas eleições de 1 de junho, nas quais 90 milhões de mexicanos podem votar.

López Obrador, de 64 anos, o candidato mais velho, encarna para muitos a ruptura mais radical. O líder do Morena, o partido que criou após abandonar o PRD, parte como favorito há meses. Não somente isso, ele também recebe toda a atenção. A maioria das informações relacionadas a ele, sejam positivas ou negativas, tem mais eco do que as de seus rivais. “A importante liderança inicial de Obrador pode não ser fácil de ser retirada nos 100 dias que restam até as eleições, com exceção de um erro importante na campanha”, disse um relatório recente do Goldman Sachs, que acentua a sensação dividida pela maioria dos analistas de que o principal problema de Obrador é ele mesmo.

El Peje (Astuto) e AMLO (as iniciais de seu nome), os dois apelidos pelos quais é conhecido, cercou-se de um grupo heterogêneo. Em um movimento que é bastante familiar aos brasileiros, o líder do Morena não hesitou no momento de aliar-se ao ultraconservador Encontro Social para receber o voto evangélico. Também não se importou com a questionada figura de Napoleón Gómez Urrutia, um líder sindical que fugiu ao Canadá após ser acusado de corrupção. Além disso, abraçou o apoio dos descontentes do PRI e do PAN, caso de seu ex-presidente Germán Martínez, um dos artífices, em 2006, da campanha de “um perigo ao México” com a qual López Obrador foi atacado. Ele perdeu aquela eleição por meio ponto, entre acusações de fraude.

Pelos temores de sua eventual vitória, Obrador afirmou que se conquistar a presidência não iniciará uma caça às bruxas. Não conseguiu, entretanto, dissipar alguns medos especialmente entre empresários e investidores. AMLO soube gerir sua vantagem entre as pesquisas e tirar proveito da encarniçada luta pelo segundo lugar entre Anaya e Meade, deixando que se destrocem. Mas o tempo das boas intenções parece ter chegado ao fim e agora deverá concretizar algumas das propostas que sugeriu, como uma possível anistia a envolvidos em casos de tráfico de drogas, a criação de uma Guarda Nacional e uma Constituição moral.

Com López Obrador, Ricardo Anaya representa a outra opção mais clara de renovação. O ex-presidente do PAN, de 39 anos, demonstrou uma ambição incontestável. Convencido de que a única saída ao país é um governo de coalizão – baseando-se nos exemplos da Alemanha e Chile –, apostou pela criação do Pelo México à Frente, um amálgama entre o PAN e os progressistas PRD e Movimento Cidadão, à custa de cercear uma parte de seu partido. As divisões no PAN não significaram um retrocesso de Anaya nas pesquisas. Entre janeiro e fevereiro cresceu até que, em março, um suposto caso de lavagem de dinheiro na venda de um galpão industrial de sua propriedade o atingiu e o fez retroceder. As autoridades não provaram que a origem do dinheiro – 53 milhões de pesos (9,6 milhões de reais) – seja ilícita e que Anaya se beneficiou dele, mas as dúvidas sobre como a venda se realizou se mantêm. Anaya acusou o Governo de orquestrar uma operação contra ele para favorecer o PRI. José Antonio Meade é o primeiro candidato do PRI que concorre à presidência sem militar no partido, mas não conseguiu se desvencilhar da imagem ruim do partido e superar suas divisões internas.

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