Os pontos comuns entre catolicismo, trabalhismo, socialismo democrático e nacionalismo democrático

Os pontos comuns entre catolicismo e socialismo democrático e trabalhismo (e nacionalismo democrático) estão bem descritos no livro do padre Ulisse Alessio Floridi, “O radicalismo católico brasileiro” (São Paulo, Ed. Hora Presente, 1973), traduzido pelo triste Lenildo Tabosa Pessoa, articulista do jornal “O Estado de São Paulo”, jornal que esposa o liberalismo econômico, a defesa do capitalismo, do latifúndio e do imperialismo.

O livro do padre Floridi é texto integrista horrível, gestado pela CIA (fábrica de golpes baixos e baratos) mas descreve o “radicalismo católico”, a aproximação e a luta conjunta de católicos e socialistas democráticos.

As obras da antiga TFP e da Editora Hora Presente foram financiadas por multinacionais, que atuam sempre em parceria com a CIA. A CIA, na Itália e no Brasil (como no Chile e em outros países), sempre buscou evitar a parceria entre católicos e socialistas democrático.

Há a mesma descrição do ideal de uma democracia popular, como ideal histórico da Igreja, no livro de J. Grigulévich, “La Iglesia Catolica y el movimento de liberacion” (Moscou, Ed. Progresso, 1984).

O livro de Grigulévich é um livro aprovado e redigido pela cúpula do antigo Estado soviético. E mostram a aliança da Igreja com os partidos trabalhistas, socialistas democráticos e nacionalistas democráticos. 

Os textos da TFP, de Plínio Correa (influenciado pela CIA), são muito eloquentes, mostrando as ligações do catolicismo com a democracia participativa, com o ideal de autogestão e de bem comum.

Como fica claro, várias fontes diversas descrevem o mesmo ideal histórico da Igreja, o ideal de uma democracia popular, baseada na melhor da filosofia cristã.

O Kremlin buscou aliança com a Igreja, os ortodoxos e com os anglicanos. E fez isso corretamente, pois sabia, como sabiam Marx e Engels, que o cristianismo tem ideias maravilhosas, pro pobres, pro trabalhadores. 

Mesmo no governo de Stalin, o Partido Comunista da URSS incentivou a divulgação de milhões de exemplares do livro do Deão de Canterbury, “O cristianismo e a nova ordem social na Rússia” (Rio, Ed. Calvino, 1943). Este livro continha uma demonstração racional (que contrariava teses estalinistas) que o socialismo era compatível com o cristianismo e que a ética cristã era anticapitalista.

O livro de Bebel, “O socialismo e o cristianismo”, como será visto em outra postagem, tem a mesma tese, pois ensina que o socialismo visa à realização dos ideais éticos cristãos.

A Internacional Comunista, desde pelo menos 1935, criou o movimento “mãos estendidas” aos católicos, movimento que reconhecia, implicitamente, o ideal cristão de uma democracia popular.

Stalin (talvez lembrando das lições de uns dez anos de seminário, onde ele estudou até os 21 anos) e a cúpula do Kremlin adotaram a expressão “democracia popular” como forma de transição para o socialismo.

A democracia popular, para Stalin, era similar ao modelo do socialismo democrático e também do movimento dos países do “terceiro mundo”, tal como dos nacionalismos anti-imperialistas e também foi criado para aproximar-se do Vaticano, na política de mãos estendidas.