A ética e o socialismo, a ética é a matriz, a fonte, a origem das ideias do socialismo

Ernest Belfort Bax (1854-1926) e Emile Vandervelde (1866-1938) censuraram Paul Lafargue, o genro de Marx, por este não entender a importância dos “princípios éticos”. Estes princípios, para estes socialistas, eram conceitos universais e necessários e essenciais inclusive para a crítica do capitalismo.

Ernest Belfort Bax e Vandervelde deixaram explícitas as bases éticas de suas idéias socialistas. O livro de Bax, “A ascensão e queda dos anabatistas” deixa explícita esta linha ética.

A esta crítica, Paul Lafargue, o genro de Marx, respondeu:

“Por Deus! Tal como os filósofos mais espirituais, eu não posso me evadir de meu meio social: é necessário sofrer [ser influenciado] as idéias correntes, cada um as corta a sua medida e toma seus conceitos individuais para criticar as idéias e as ações dos outros”.

A discordância de Lafargue era apenas que não considerava estes conceitos como os “axiomas da matemática”, pois achava que estes variavam nos lugares e épocas.

Conclusão: Lafargue não sabia, mas o jusnaturalismo adotado na doutrina da Igreja atende a seu pleito. O jusnaturalismo católico admite claramente, na linha dos textos de Tomás de Aquino e de outros Doutores, a variabilidade, a flexibilidade do direito natural – tendo em conta diversidade de tempos, lugares, circunstâncias etc – e, assim, da própria doutrina social.