Grandes Sacerdotes que lutaram por um Estado democrático popular

O Brasil sempre contou com um Clero católico, no mínimo, centro esquerda. Um Clero que difundia ideias que inspiravam leigos a lutarem por um Estado democrático popular amplo, social, popular.

Além disso, parte do Clero atuou diretamente, como agentes políticos lato senso, em prol da construção de um amplo Estado democrático popular. 

Alguns destes grandes padres – o padre Vieira, o Padre Cícero, São Hélder Camara e outros.

Antes, houve o padre Belchior Pinheiro de Oliveira, parente dos Andradas, que deu o conselho para Dom Pedro I dar o grito de independência nas margens do rio Ipiranga. Lembro que Dom Pedro I, com vinte e poucos anos de idade, escrevia, no final de de suas cartas, “pátria ou morte”, antecedendo frases de bons cubanos.

O padre Custódio José Dias (que entregou uma “Representação a Dom Pedro I”, em 17.03.1830, que gerou a abdicação de Dom Pedro I).

O grande padre Manuel Rodrigues da Costa, antigo inconfidente, que lutou ao lado do católico Tiradentes e do Cônego Luiz Vieira da Silva.

O padre Manuel participou do  movimento da Inconfidência, ao lado de Tiradentes, e, depois, do movimento da independência, tendo sido ainda constituinte em 1823.

O padre Manuel militou ao lado de Tiradentes e viu a realização do sonho dos Inconfidentes, o Projeto da Independência do Brasil.

Houve ainda o padre Roma, o padre Miguelinho, o padre Feijó, o padre Lopes Gama, o Padre José Marinho e outros. Grandes lideranças católicas e democráticas. 

Outros grandes nomes de uma teologia política de leigos, no Brasil, é Tiradentes e o padre Luiz Vieira da Silva.

Ao lado de Tiradentes, como um dos grandes ideólogos da Inconfidência mineira, havia o Cônego Luiz Veira da Silva, da então maior e a mais antiga Diocese do Brasil, a Sé de Mariana. Este Cônego já era ecumênico a seu modo, pois, em sua biblioteca, conviviam autores brilhantes e geniais como: Santo Ambrósio, Santo Tomás de Aquino, São Gregório Magno, Santo Agostinho, São Jerônimo, São Bernardo, Antônio Genovesi (o Genuense), Luís Antônio Verney, Mably, Raynal, o padre Adrien Pluquet, Montesquieu, Helvétius, Diderot, D´Alembert, Voltaire, Locke, Francis Bacon, Descartes, Leibnitz, Buffon, Beccaria e outros.

Conclusão: Frei Caneca e outros apenas ilustram a linha correta do catolicismo, no trabalho de criação de vastas partes boas do Estado brasileiro e da sociedade.

O próprio juramento de coroação de Dom Pedro I, em 01.12.1822, seguiu o rito usado na coroação de Napoleão. Dom Pedro I iniciou o juramento com a fórmula: “Eu, Pedro I, por graça de Deus e unânime aclamação dos povos, Imperador constitucional e defensor Perpétuo do Brasil”. Esta fórmula já deixa claro que a “graça de Deus” (o apoio de Deus) exige a “unânime aclamação dos povos”, o consentimento do povo, exige um Estado servo do povo, que promova o bem comum.

Só após o juramento de “observar” a “religião católica” e “constitucionalmente as leis” é que Dom Pedro I foi coroado e recebeu o cetro, o cargo de Chefe de Estado, um cargo humano, dependente das estruturas sociais, criadas pelo povo.