Uma boa lição de Pio XII sobre distribuição de bens, pelo Estado

Pio XII, em carta ao Presidente da Semanas Sociais da França, em 03.06.1952, defendeu a planificação econômica estatal. Disse claramente que “a dificuldade de uma sadia distribuição” de bens, para responder “às exigências da vida social”, não pode ser resolvida pelo “abandono ao livre jogo das forças econômicas cegas”.

Disse, ainda, que é preciso “ser considerado” o prisma “da economia nacional”, com “clara visão do fim”, da finalidade da economia, que é o “o serviço do bem comum temporal”.

Pio XII mostrou que é “função normal” do “Estado” fazer a “coordenação” geral, para “aumentar a produção” e organizar a produção para atender às “necessidades e a dignidade do ser humano”, que deve ser colocada “em primeiro plano” na “questão do ordenamento” (organização) “da economia, no capítulo da produção”.

Este Papa destacou que é preciso economia mista, ou seja, nem o “livre jogo das forças econômicas cegas” e nem “a onipotência opressiva” do Estado, e sim intervenção estatal e “legítima autonomia das iniciativas privadas”. Assim, o Estado, “os poderes públicos”, tem uma “função inegável de coordenação, que se impõe sobretudo nas condições complicadas atuais da vida social”. Cabe ao Estado, ao “concurso” do Estado, “construir uma política econômica que favoreça a cooperação ativa de todos para o aumento da produção”, “fonte direta da renda nacional”.