Boas lições de Proudhon, Charles Péguy, Jaures, Maurice Hauriou e Henri de Lubac

Maurice Hauriou (1856-1929), um jurista católico, também ensinou que há uma “evolução… das formas sociais”, “das instituições”, dos modos de produção, e que este “movimento de transformação” é constante.

Hauriou foi influenciado por Bergson e por Proudhon, como constatou Marcel Waline (1900-1982), no livro “As idéias mestras de dois grandes publicistas franceses: Léon Duguit e Maurice Hauriou” (1930).

Em Proudhon, há milhares de idéias cristãs. Parte deste acervo foi recepcionado por Karl Marx, que conviveu com Proudhon e elogiou parte dos textos de Proudhon, contra a propriedade quiritária, sem vinculação com o bem comum, sem função social. 

O próprio Bakunin conta que Proudhon era leitor assíduo da Bíblia e dos textos do direito romano e do Direito Civil francês, tendo escrito inclusive comentários sobre a Bíblia.

O padre Henri Lubac (1896-1991) escreveu, em 1945, o livro “Proudhon e o cristianismo”, mostrando as fontes cristãs da ética deste socialista pequeno burguês, tão parecido com Charles Péguy, outro grande socialista católico.

Jaurès também era amigo de Péguy e seguia Proudhon, em vários pontos. A fonte principal das idéias de Hauriou é Santo Tomás de Aquino, como este mesmo jurista reconheceu, no início da obra acima referida:

“O imenso e rico tesouro de reflexões sociais acumulado na “Suma Teológica” prestou-me os mais assinalados serviços. Confesso que não só achei ali minhas melhores inspirações, senão que nela encontrei a chave necessária para não cometer grosseiros erros” (p. XXIV).