Até o horrível Gilmar aponta o erro do abuso da prisão preventiva, no Brasil

Eu nunca gostei do Ministro Gilmar e sempre o critiquei. Mas, às vezes, até ele aponta um erro da direita penal punitivista, do nazismo penal.

Colho do 247 – “O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes citou nesta segunda-feira (4) a Operação Lava Jato como motivo para mudar a jurisprudência da Corte que permite à Justiça determinar o início do cumprimento da pena logo após a condenação na segunda instância.

A prisão em segundo grau, no contexto da Lava Jato, tornou-se algo dispensável. Passou a ocorrer-se a prisão provisória de forma eterna, talvez até com objetivo de obter delação. Aí vem a sentença de primeiro grau, e com sentença de segundo grau iniciava a execução. É preciso saber ler estrelas. 

Ou se muda isso ou se empodera de maneira demasiada a Justiça de primeiro grau e o MP em detrimento das outras cortes”, disse ele, no “Seminário Independência e Ativismo Judicial: Desafios Atuais”, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

Na avaliação de Gilmar, sem a revisão da prisão em segunda instância, o papel do Supremo e do STJ fica reduzido na garantia dos direitos do cidadão. “Se tem quase uma demissão nossa”, complementou.

Em seu pronunciamento, o ministro disse, ainda, que juízes se deixam influenciar pela mídia e deixam a lei de lado.

Gilmar foi responsável por decisões que retiraram da prisão preventiva investigados nos desdobramentos da Lava Jato no Rio de Janeiro. De acordo com o ministro,  “quem decide habeas corpus tem que nadar contra a corrente em determinados momentos”. “Quem decide reconhecendo direitos, é óbvio que está decidindo a mais das vezes contra a opinião pública. É evidente. Os direitos fundamentais em geral, a sua segurança, a sua garantia, se faz às vezes de forma mal compreendida”, continuou.

O evento também contou com a presença da presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, da presidente do STJ, ministra Laurita Vaz, e teve como coordenadores o ministro do STJ Luis Felipe Salomão e o conselheiro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) Henrique Ávila”.

O garantismo cristão e humanista exige a redução da prisão preventiva, que só deve existir em casos estritos e com base no bem comum. Prisões não são coisas boas, devem ser reduzidas, aos casos necessários.