Um elogio a pequena propriedade pessoal, difundida para todos

O próprio Mably, no livro de crítica aos fisiocratas, mostrava que os latifúndios são diferentes das pequenas propriedades pessoais. Os latifúndios são prejudiciais, como todas as grandes fortunas privadas, enquanto as pequenas propriedades pessoais são boas.

O mesmo escreveu Morelly, Proudhon e até mesmo Bakunin, na melhor de suas obras, sobre o esboço de uma sociedade do futuro, onde mostra que haveria Estado, votos, representação e pequenas propriedades pessoais difundidas para todos. Defendiam economia mista, como eu defendo. 

O velho Adam Smith também não gostava de grandes proprietários rurais e nem de grandes fabricantes ou grandes comerciantes. Elogia os artesãos, os pequenos burgueses, os camponeses, os pequenos prestadores de serviços, os servidores públicos etc, o mesmo ideal de Chesterton. Esta é a parte boa da sociedade. É o que torna possível a existência de milhares de cidades pequenas e médias, no mundo todo. 

A Igreja ama os camponeses, e os quer organizados em cooperativas e com amplo apoio público, do Estado. Tal como ama os pequenos burgueses, os artesãos, os cientistas, os técnicos, os servidores públicos, os pequenos prestadores de serviço etc. Não é preciso latifúndios, como mostra a agricultura européia.

As grandes fortunas privadas não são necessárias, como provam os países de IDH mais elevado e menor coeficiente Gini do mundo, como a Irlanda, a Noruega, a Suécia, a Dinamarca, a Bélgica, partes da França e da Itália, a Islândia etc. 

Um grande Estado social, boas estatais, cooperativas e uma base ampla de pequenos e médios produtores familiares, sem miséria e sem grandes fortunas, eis o ideal concreto histórico da Igreja.

Este era também o modelo ideal de Rousseau, Mably, Diderot e outros grandes luminares da humanidade.