Liberdade, igualdade e fraternidade são lemas (princípios) católicos, cristãos, bases de todos os Estados e de um Estado mundial

Pio XII, na Carta “C’este un geste”, de 10/06/1946, dirigida aos membros da 33ª. Semana Social da França, reunida em Estrasburgo, tratou sobre a “comunidade Nacional” e lembrou que “os grandes princípios da liberdade, da igualdade e da fraternidade”, “que querem para si reclamar as democracias modernas”, foram inspirados no “direito natural, na lei evangélica e na tradição cristão” e “devem ser entendidos” e interpretados (“intérpretes autênticos”) com base nestas três fontes de inspiração.

O mesmo foi dito por Leão XIII, Paulo VI e por João Paulo II, em visitas a franceses e na França. 

Pio XII, nesta mesma carta, defendeu “a instituição de associações ou unidades cooperativas em todos os ramos da economia nacional”, para que cada nação fosse uma “comunidade nacional viva e forte”, com “legítimas autonomias”, respeitosa de todos os direitos”, inserida numa “comunidade internacional justa e pacífica”. No fundo, o ponto principal da teoria sobre o poder é o direito de associação livre e consensual em todas as instâncias, associações (organizações) controladas pelos associados.

A comunidade internacional, como queria Bento XV, deveria ter tribunais internacionais que evitassem as guerras pelo arbitramento obrigatório nos conflitos internacionais, transformando as armas em arados e tratores agrícolas (cf. a profecia de Isaías).

A ação de Rui Barbosa, em Haia, foi católica, pois foi pacifista.

João XXIII, na “Mater et magistra”, completou os textos de Bento XV e disse que a comunidade internacional (de todas as nações, existindo, hoje, cerca de 240) deve organizar um Estado mundial (a antiga Liga das Nações e, hoje, a ONU, é o embrião deste Estado), que seria organizado como uma Confederação de nações, para banir as guerras.

A antiga Liga das Nações foi dirigida, em 1924, por Giuseppe Motta (1871-1940), um jurista suiço católico, que presidiu a Suiça nos períodos de 1915, 1920, 1927, 1932 e 1937.

O Direito Internacional público tem amplas raízes cristãs, especialmente com Francisco de Vitória, Suárez, Grócio (teve o mérito de atacar a escravidão, no livro “De Jure Belli et Pacis”, de 1625, e foi um grande teólogo que buscou reconciliar os protestantes com a Igreja Católica) e Vattel e foram estas as raízes que influenciaram os Consultores Jurídicos do Itamaraty, tendo sido vários grandes católicos.