Bispos católicos por um socialismo personalista, Estado social, economia mista, Democracia participativa

Um grande bispo mexicano, chamado Dom Sérgio Méndez Arceo, bispo de Cuernavaca, ensinava sobre a Doutrina social da Igreja:

“… nosso mundo subdesenvolvido não tem outro recurso senão o socialismo, isto é, a apropriação social dos meios de produção e a representação autêntica da comunidade” e “nós não viemos, como cristãos, forjar um socialismo cristão. Isso só serviria para absolutizar o socialismo e relativizar o cristianismo” (cf. discurso inaugural do encontro do Movimento “Cristãos pelo Socialismo”, 1972). A apropriação social não significa estatizar todos os meios de produção, apenas os grandes. E implica em Estado social, economia mista e Democracia participativa (“representação autêntica” do povo). 

A diocese de Cratéus, no Ceará, usava, na década de 70, a “Canção de Maria”, no hinário “Cantando e lutando”, com os versos “derruba os poderosos/ dos seus tronos erguidos/ com o sangue e o suor/ do seu povo oprimido/ arranca os opressores/ os ricos e os malvados”.

Com base nestas idéias, Dom Tchidimbo, bispo de Guiné, defendia um “socialismo africano”, comunitário, de economia mista, e isso já no início da década de 60.

Dom Hélder também defendia um “socialismo personalista”, ponto em que o belga Henri de Man concordaria.