A doutrina da Igreja sempre foi humanista, anti-racista, defensora da igualdade social

As “energias e faculdades” humanas não são anuladas pela graça (pela vida sobrenatural, por Deus), pois a graça (o Espírito Santo) conserva e eleva cada energia humana, cada coisa boa nossa, cada verdade natural, cada bom movimento natural que encontra na pessoa, a maior obra de Deus Pai.

Este ponto foi ensinado expressamente, na linha dos missionários e de Agostinho, por Pio XII, na “Summi Pontificatus” (1939):

“A Igreja” [aprova] “e favorece com amor de mãe”, “todas as normas e disposições [todas as “energias e faculdades”, cf. texto deste papa] que servem para o desenvolvimento prudente e para o aumento equilibrado das próprias energias e faculdades, que nascem das mais recônditas entranhas de todas as estirpes” [e há] “a origem comum e o destino comum de todos os homens” [esta natureza humana igual em todas as pessoas é que é matriz fundamental da igualdade dos direitos naturais, ressalte-se].

A Igreja “não pretende desprezar ou menosprezar as características particulares que constituem o modo de ser de cada povo [cultura ou movimento de idéias], características que, com razão, defendem os povos religiosa e zelosamente com sagrada herança” (de seus antepassados).

A Igreja “não busca uma uniformidade absoluta, exclusivamente externa, que debilite as próprias forças naturais”.

Este texto de Pio XII foi transcrito na “Mater et Magistra” (1961, n. 181), por João XXIII e é a repetição das velhas lições da Escola humanista de Salamanca, de Francisco Vitória e Bartolomeu de las Casas.