O Partido do Centro, Walter Rathenau e a Constituição de Weimar, na Alemanha. Democracia popular

Walter Rathenau foi um grande judeu. Ele foi Ministro da Reconstrução nacional, na Alemanha, de maio a outubro de 1921. Foi assassinado por direitistas bélicos. Rathenau escreveu o livro “A nova sociedade”, onde defendia a economia mista. Criticava os extremos, a ideia de estatização de tudo e a ideia de privatização de tudo (capitalismo). Propunha uma terceira via, Estado social, planificador, com estatais, cooperativas e amplo setor privado de micros, pequenas e médias empresas familiares. O mesmo modelo defendido pelos Papas, em geral. 

No mesmo sentido de Rathenau, a Alemanha teve a “Constituição de Weimar”, em 1919, que durou até 1933. Esta constituição previa um Estado social e influenciou positivamente a Constituição do Brasil, de 1934, que teve o apoio da Igreja.

Na Alemanha, boa parte dos avanços sociais da “Constituição de Weimar” tem origem no “Partido do Centro” (“Zentrum”), fundado em 1870. O próprio termo “Centro” já mostra que eles defendiam um modelo de economia mista, de centro, com setor privado e setor público, mais setor cooperativo. 

O Partido do Centro era o partido dos católicos na Alemanha. Era tão forte que venceu a guerra anticlerical feita por Bismarck. Bismarck mesmo terminou por compor com o Partido do Centro, ao fundar a Previdência Social na Alemanha, nos anos de 1878 em diante, já no papado de Leão XIII. A estrela do Partido do Centro era o bispo Ketteler, várias vezes elogiado publicamente por Lassalle, a principal estrela do então Partido Comunista, na Alemanha. 

Os ideais sociais dos Católicos, especialmente do Partido do Centro, foram uma das principais influências da “Constituição de Weimar” (1919). Esta Constituição é um dos principais marcos do Estado social, no século XX.