O bom Plano de Rousseau – Economia mista, difusão de bens, Estado social amplo. Democracia popular

Rousseau, no livro “Projeto de Constituição, para a Córsega”, escreveu: “minha pretensão [projeto, plano, ideia-mestra] não é destruir totalmente a propriedade privada, porque isso é impossível, e sim encerrá-la em um marco mais estrito, dar-lhe uma medida, uma regra, um freio, que a contenha, que a dirija, que a subjugue e a mantenha sempre subordinada ao bem público [bem comum, de todos]. Quero, em uma palavra, que a propriedade do Estado seja tão grande e tão forte, e a dos cidadãos tão pequena e tão débil quanto possível” (e difundida, distribuída, morcillada, completo eu…). 

Na mesma obra, Rousseau explica: “É necessário que todo o mundo viva e que ninguém se enriqueça. Eis aqui o princípio fundamental da propriedade da nação e a política que eu proponho”, meu “objetivo”.  

Enfim, economia mista, distributismo, Estado social, democracia popular.

A mesma meta do abade Mably, precursor de Rousseau. Rousseau aprendeu isso em obras como “Dúvidas propostas aos filósofos economistas sobre a ordem natural e essencial das sociedades políticas”, obra de Mably com críticas aos erros dos fisiocratas. 

No livro “Discurso sobre a origem da desigualdade”, Rousseau critica a propriedade capitalista, e não a propriedade artesã, campesina, da pequena burguesia, dos artistas, dos técnicos, dos intelectuais, das famílias. Critica a grande propriedade fundada no trabalho alheio e na usurpação dos bens destinados a todos. A boa linha de Mably, grande precursor da Doutrina social da Igreja. A linha bíblica, de Cristo, dos Santos Padres. 

A minha meta, também. E, acredito, a meta dos melhores expoentes da doutrina social da Igreja.