O Vaticano ensina: a regra primária da ética é o princípio-regra da destinação universal dos bens

Como ensinou o Pontifício Conselho Justiça e Paz, no documento “Para uma melhor distribuição da terra”, “a terra” (todos os bens) é um “dom de Deus a todos os seres humanos”.

Como ensinou o Vaticano II, na “Gaudium” (n. 69): “Deus destinou a terra, com tudo o que ela contém, para o uso de todos os homens e povos, de tal modo que os bens criados devem bastar a todos, com eqüidade, sob as regras da justiça, inseparável da caridade. Por isso… deve-se atender sempre a esta destinação universal dos bens”.

Todas as pessoas têm “o direito ao uso dos bens terrenos”, sendo este “um direito natural, primário, de valor universal, enquanto compete a cada ser humano”, que “não pode ser violado por nenhum outro direito de conteúdo econômico”.

O “direito natural e primário” ao uso dos bens deve ser “protegido e tornado efetivo por meio de leis e instituições positivas”. Esta mesma lição vale para o poder.

Toda a estrutura jurídica, legislativa, normativa, de poder, de costumes etc deve ser estruturada para assegurar a todos o acesso aos bens, a uma vida plena, digna, abundante (cf. Jo 10,10). 

Conclusão: a concentração (monopólio, oligopólio) privada dos bens, do poder, dos recursos, do conhecimento em poucas mãos é algo diabólico, abominável.

Deus destinou os bens, todos os bens, a todas as pessoas, como ensina o princípio da destinação universal dos bens.

O ponto essencial é devolver ao povo o poder, os bens, o saber etc.