A tributação de rendas, no New Deal, de Roosevelt. Ótimo exemplo

Os católicos, nos EUA, chegam a quase 80 milhões, sendo, de longe, a maior igreja. Pois bem, os católicos, quase sempre, votaram no Partido Democrático. Tanto que, em 1928, o Partido Democrático já apresentou um candidato católico à Presidência da República, chamado Al Smith. Franklin Roosevelt apoiou Al Smith e, depois, em 1932, foi apoiado por Al Smith. Rooselvelt era anglicano, ou seja, praticamente católico. 

Como foi mostrado por Thomas Piketty, no livro “O capital” (Rio, Ed. Intrínseca, 2014), a política tributária do New Deal, de Roosevelt, dos Democratas, era até superior à política tributária dos dos socialistas democráticos, na Europa. Piketty escreveu, no livro citado atrás, p. 152: “quanto à tributação progressiva, os Estados Unidos foram ainda mais longe do que a Europa”, reduzindo, sem dúvida, a desigualdade. No Reino Unido, os trabalhistas chegaram a algo em torno de 80%, sendo esta uma das razões de meu apreço pelos trabalhistas….

Depois, os neoliberais destruíram boa parte disso, mas a tributação progressiva chegou a patamares bem altos, de até 80%. Os livros de Rex Stout, sobre Nero Wolfe, mostram isso. Wolfe se recusa a trabalhar lá por setembro, pois o patamar da tributação faz com que fique apenas com 15% da renda que aufere….

Piketty também elogia a tributação de heranças, o controle públicos dos aluguéis e outros tributos. E elogia estatais e investimentos públicos. Destaca que Franklin Roosevelt, nas décadas de 30 a 40, ativou a economia, com investimentos públicos substanciais”, “sobretudo na área de infraestrutura”.

Conclusão: o caminho para a prosperidade do povo, para o bem comum, passa por boa economia mista, por tributação progressiva, boas estatais, regras públicas, planificação pública, aumento dos direitos trabalhistas, sociais, previdenciários, proteção ambiental, cotas, renda universal ou cidadã etc.

A construção de um Estado social popular, um Estado do bem estar social ampliado, exige receitas fiscais altas, e não irrisórias. O Unafisco, no Brasil, neste sentido, está correto, na maior parte do que defende, tal como faz bem em elogiar economistas como Nikolas Kaldor.