A principal causa da perseguição à Igreja é a Doutrina social da Igreja, que busca o bem comum

A principal razão da perseguição a Cristo e aos cristãos é a doutrina social do cristianismo, defensora da teoria do primado do bem comum, da destinação universal dos bens, da titularidade do povo do poder político e do poder econômico.

Afinal, o cristianismo ensina que o povo é o titular natural do poder político e tem também o domínio eminente sobre os bens materais, sendo, assim, o titular e o destinatário natural dos bens da criação. A destinação universal dos bens inclui a destinação universal do poder, pois o poder público, em si mesmo, é um bem, é algo natural. A sociedade foi feita por Deus para ter uma organização pública, uma organização baseada no diálogo, pois o Diálogo é a forma natural do movimento do próprio Deus e do Céu.

Marx, Engels, Lenin, Rosa de Luxemburgo, Karl Kautsky (1854-1938) e outros expoentes do marxismo reconheceram que o cristianismo primitivo busca tornar comuns (universais, disponíveis a todos) os bens e que era democrático (cf. Lenin, no livro “O Estado e a revolução”), ou seja, queria um poder popular e bem comum, mediania, distribuição dos bens para todos, por economia mista e sob controle social. Há o mesmo ensinamento em Weitling, em Pedro Leroux, em Victor Considerant, em Victor Hugo, em Renan, em Saint-Simon e nos sansimonistas.